Após troca de acusações, greve de ônibus em SP deve continuar nesta quarta-feira

Motoristas e cobradores de ônibus, que paralisaram atividades às 11h da última terça-feira, 20, devem continuar a greve de ônibus em São Paulo durante esta quarta-feira, 21, pelo menos esta é a intenção da maior parte dos funcionários das empresas, que continuavam mobilizados durante à madrugada. Última via a concentrar coletivos parados, a faixa exclusiva de ônibus da Avenida Cupecê, na altura da Rua Rio Grande do Sul, no Jardim Miriam, periferia da Zona Sul, foi liberada por volta da 1h40, quando os carros foram conduzidos às garagens da região.

A noite, muitas pessoas ainda estavam na porta de estações de Metrô e pontos de ônibus sem saber como fazer para voltar para casa. Nem mesmo o Plano de Apoio entre Empresas em Situação de Emergência (PAESE) da SPTrans, pode ser acionado, por conta da proporção que tomou a paralisação. Empresas como Santa Brígida, Gato Preto, Sudoeste e Via Sul tiveram a maior parte de sua frota parada em avenidas ou recolhidas às garagens.

Entre os grevistas, muitas reclamações e principalmente a quebra de confiança na direção do Sindicato dos Motoristas de São Paulo, a qual acusam de trabalhar “às escuras” e “debaixo dos panos”, para apenas favorecer os empresários, alegando que o reajuste de 10% acordado não faz parte do que deseja os rodoviários. Um grupo de trabalhadores que estava no Largo do Paissandu, na região central, reclamava de ter de pagar diversas multas que têm chegado nos últimos meses. “Se alguém esquece a identificação leva multa e, assim vai. O sindicato não nos representa mais. Se tiver que ficar parado durante três dias até resolver, vamos ficar”, disse um motorista que não quis se identificar. Já o sindicato através de seu presidente Valdevan Noventa, alega que mais de quatro mil trabalhadores estiveram na assembléia e votaram contra a paralisação e a favor do reajuste de 10%.