Ato que lembra ditadura e pede fim da Polícia Militar fecha Avenida Paulista

Um ato organizado por diversas entidades e movimentos sociais, entre eles o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) e o Sindicato dos Metroviários, bloqueia todas as faixas da Avenida Paulista. Por volta das 17h30 os dois sentidos da via estavam fechados. Cerca de duas mil e quinhentas pessoas saíram do Metrô Paraíso, na Linha 1-Azul, até a sede do Escritório da Presidência da República, na esquina da Rua Augusta.

O ato lembra as vítimas da ditadura, tanto os mortos como os desaparecidos, além de vítimas da Polícia Militar na atualidade. Diversos caixões, flores e fotos remetem às vítimas. Entre as fotos está a de Douglas Rodrigues, assassinado por PMs, enquanto estava na rua de casa, no final de 2013. Após ser baleado, Douglas disse “porque o senhor atirou em mim?”, frase que ficou conhecida e foi repetida diversas vezes durante o ato.

Segundo os organzadores, a marcha foi para cobrar das autoridades suas responsabilidades pelas centenas e milhares de humilhados. “Não aceitaremos uma lei que impeça o livre direito à manifestação”. Outra pauta abordada foi a desmilitarização da Polícia Militar. Carregando faixas, cartazes e bandeiras, os manifestantes por diversas vezes cantaram “não acabou, tem que acabar, eu quero o fim da Polícia Militar”. Os PMs foram chamados de assassinos por diversas vezes.

Ao som de Cazuza, Geraldo Vandré, Dorival Caymmi e Gonzaguinha, o ato foi embalado por músicas que se fizeram presente na ditadura militar. O nome de Douglas, Amarildo, Cláudia e o Massacre de Eldorado de Carajás foram gritados. Para o ouvidor das policias, Walter Foster Júnior, sua presença no potesto é para que seja respeitada o direito à livre manifestação. Segundo ele, o ato desta terça-feira, é o quinto sem confronto entre manifestantes e a PM. Ele disse que, sem confrontos, espera que as manifestações voltem a ter grandes públicos. “É válido de manifestar, precisamos de mais gente nas ruas”, finalizou.