Em 2014 SP revive violência imposta em ataques de 2006

Uma das imagens que não saem da cabeça dos paulistanos nos ataques realizados em maio de 2006 são os 84 ônibus queimados em apenas quatro dias (de acordo com os dados divulgados pela SSP à época), uma das principais táticas empregadas na onda de violência que deixou mais de 500 pessoas mortas, em sua maioria, cidadãos que nada tinham a ver com a guerra entre criminosos e forças de segurança do Estado.

Por volta do meio-dia desta quarta-feira, 29, um ônibus foi incendiado na altura do número 10.500 da Estrada do M’Boi Mirim, no Jardim Ângela. No dia anterior, outros três já haviam sido depredados, elevando para seis os coletivos destruídos na região na última semana. Apenas na Zona Sul, já são 25 os veículos destruídos no ano. O motivo dos ataques seria a morte de dois jovens após um suposto confronto com a Polícia Militar.

Um dos dias mais violentos, domingo, 14 de maio de 2006 deixou 24 ônibus queimados na Grande São Paulo. A comparação pode ser ínfima em relação ao número de ônibus queimados em um único dia, mas São Paulo registra 34 ônibus queimados só nos primeiros 29 dias do ano. Em uma média simples, mais de um por dia. Desta conta, só no último domingo, 26, e na última terça, 28, foram três ônibus em cada dia depredados. Os números aumentam mais ainda se forem contados os ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU). No total, 29 ônibus intermunicipais já foram incendiados, segundo a conta do órgão.

Os motivos dos populares incendiarem ônibus são os mais diversos, violência policial na área, mortes suspeitas envolvendo a Polícia Militar, e casos mais sociais como enchentes, atropelamentos em avenidas e té desaparecimento de crianças. Os atos visam chamar a atenção e desafiar os órgãos públicos. Na onda de violência de 2006, os focos de incêndio se espalharam pelos bairros de forma simultânea, e em alguns bairros, chegaram a ter cinco ônibus queimados no mesmo instante, em ruas que não distavam três quilômetros.

fogoônibus