Em dia de promessas e festa, Haddad e José Américo sobem em palanque do MTST em SP

Ter acordado às 3h desta quarta-feira, 26, e caminhar por mais de sete quilômetros entre o Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste, até a sede da prefeitura e em seguida à Câmara dos Vereadores, ambas na região central da capital, parecem ter valido a pena, de acordo com os relatos dos coordenadores do Movimento  Trabalhadores Sem Teto.

Para Guilherme Boulos, coordenador do MTST, foi “muita vitória”. Para outra coordenadora do movimento, Maria das Dores, o maior êxito foi o governo topar fazer uma topografia do terreno da Nova Palestina sem a necessidade de um decreto, além da suspensão da desocupação da Dona Deda, o Jardim Ipê,no Campo Limpo.

A caminhada que teve início às 4h da na Estrada do M’Boi Mirim, na altura da ocupação Vila Nova Palestina, no extremo da Zona Sul, seguiu até o Terminal Jardim Ângela, onde cerca de 400 pessoas seguiram até o ponto de encontro em Pinheiros. Após saída às 8h50, o ato que já contava com a participação de mais de duas mil pessoas, bloqueou vias importantes como a Avenida Brigadeiro Faria Lima, a Avenida Rebouças e a Rua da Consolação. Quando chegou à sede do municipal às 11h, a marcha contava com cerca de 3.5 mil pessoas.

Após uma espera de mais de três horas, a comissão formada por líderes do MTST e recebida pelo prefeito Fernando Haddad e os secretários Chico Macena, José Floriano e Paulo Frateschi, chegou com a informação que os militantes esperavam. Inclusive, quebrando o protocolo, foi o próprio prefeito que anunciou, que, caso os vereadores mudem o decreto da gestão anterior e, a área da ocupação Nova Palestina passe a ser ZEIS (Zona Especial de Interesse Social, não vê o porquê de vetar a construção de moradias populares. Após o anúncio, o prefeito foi ovacionado, com salva de palmas e pessoas gritando seu nome.

No hall de entrada, em entrevista coletiva aos jornalistas, Haddad diz que luta pela aprovação do Plano Diretor, “permitindo que São Paulo assuma a liderança em relação as moradias populares, entregando as 55 mil moradias que é compromisso da prefeitura”.

Após saírem do Viaduto do Chá, os militantes do MTST pegaram a Rua Líbero Badaró, um pequeno trecho da Avenida Brigadeiro Luis Antônio e chegaram na Câmara dos Vereadores, bloqueando o Viaduto Jacareí. Logo na chegada, os manifestantes vaiaram o vereador Gilberto Natalini (PV), por alegarem que o parlamentar “não gosta de pobre e nem de sem-teto”. Novamente líderes foram convidados a subir e apos 45 minutos, desceram junto ao presidente da Casa, vereador José Américo (PT), que discursou por cerca de cinco minutos. A cada ponto positivo, o vereador era aclamado pelos cerca de mil presentes. “Quem mobiliza, conquista. Vamos votar o Plano Diretor, vamos autorizar a construção de habitação em uma parte onde está a Nova Palestina. Vamos preservar o meio-ambiente e preservar o direito a moradia. O ato encerrou às 17h, com diversos moradores sem-teto com sorriso no rosto.