Estádios brasileiros viram campo de guerra contra hermanos

A maior competição continental das Américas, a Taça Libertadores, foi a protagonista da vez de mais cenas de luta livre, em campos brasileiros. Antes, os jogadores brasileiros reclamavam por atuar em estádios sem a menor condição de jogo, tendo que ser escoltados por escudos na cobrança de um escanteio e sempre estar atento de onde partir a primeira porrada de algum adversário. Cusparadas, pedradas em ônibus e até mesmo dentro do estádio, também deixam jogadores e comissão técnica apreensivos, principalmente se o jogo é disputado em estádios argentinos e uruguaios.

Mas há um tempo, a situação tem tomado outro rumo. Se há omissão por parte da Conmebol, ou do policiamento nessas regiões, o Brasil, sempre cordial ao tratamento dos hermanos, tem sido um local indigesto em disputas sul americanas. Nesta quarta-feira, jogadores de Atlético-MG e Arsenal que já vinham desde o primeiro tempo trocando afagos, descambaram no final do jogo. Assim que o juiz apitou o final da partida, a equipe argentina foi reclamar ao trio de arbitragem. Com muitos policias dentro do gramado, alguns até com espingardas de bala de borracha, o clima esquentou, tendo os jogadores e a PM mineira trocado agressões dentro e fora de campo. Detidos na Delegacia do estádio, os argentinos foram liberados na madrugada desta quinta-feira, após o pagamento de R$ 40 mil de multa, pelo desacato e pelas agressões aos policiais.

Brigas com hermanos é caso antigo

O primeiro caso a deixar argentinos de orelha em pé, foi no final do primeiro tempo entre São Paulo e Quilmes, no Morumbi, pela primeira fase da Libertadores de 2005. O zagueiro Leandro Desábato, ainda na partida, teria chamado o atacante são paulino Grafite, de macaco. O argentino recebeu voz de prisão e, foi levado até a delegacia, onde permaneceu por dois dias, até ser solto, após pagamento de fiança de R$ 10 mil. Já na final da competição de 2011 entre Santos e Peñarol, no Pacaembu, antes do apito final do árbitro argentino Sergio Pezzotta, jogadores trocaram socos e pontapés, com o título garantido, torcedores santistas invadiram o gramado e se juntaram ao elenco santista na troca de agressões contra os uruguaios.

Os mais recente caso e talvez o mais grave, foi na partida final, válida pela Copa Sul Americana de 2012 entre São Paulo e Tigre, no Morumbi. Com um time inferior tecnicamente, os argentinos apelaram para faltas violentas e sempre praticando o antijogo. No final do primeiro tempo, o zagueiro Lucas Orbán, deu uma cotovelada no meio campo são paulino Lucas, o que protagonizou empurrões dentro de campo. Nos vestiários, porém, o que aconteceu ainda é uma incógnita, só se sabe que havia sangue, muitos objetos quebrados e uma revolta do Tigre muito grande, que nem voltou para o segundo tempo. Os argentinos acusaram seguranças do São Paulo e agentes da PM de terem os agredidos no túnel e nas portas de entrada do vestiário visitante. Como pena do episódio, ambos foram multados e o clube da Vila Leonor, punido com a perda de um mando de jogo.