Manifestação contra privatização do Corsan aconteceu ontem em Porto Alegre

Mais de 5 mil pessoas lotaram as ruas de Porto Alegre nesta terça (28) em uma manifestação contra a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan).

O movimento foi organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do RS (Sindiágua/RS).

Entre as duas principais reivindicações dos trabalhadores, estão: a desaprovação da venda das ações da estatal, anunciada para ocorrer em julho e uma “recusa da empresa” em iniciar negociações de um acordo coletivo de trabalho previamente acordado.

Caso a estatal não atenda as demandas relacionadas às negociações com seus servidores, os mesmos ameaçaram entrar em greve, e disseram que uma nova paralisação pode acontecer “a qualquer momento”.

Movimentos e figuras políticas presentes

Cerca de 30 movimentos sociais estavam presentes na manifestação. Entre eles, representantes do Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), Levante Popular da Juventude e Movimento dos Pequenos Agricultores (MPA).

Também compareceram ao ato os ex-prefeitos da Capital  José Fortunati, Raul Pont e João Dib, que discursaram para o público presente.

A caminhada teve início na sede do Departamento Municipal de Águas e Esgoto (DMAE), seguiu para a sede da Corsan e finalizou na frente da Assembléia Legislativa.

Água pública

O presidente do Sindiágua/RS, Arilson Wünsch, afirma que a Corsan recebeu a pauta do sindicato, mas não se manifestou. Ele frisa que toda a população gaúcha está mobilizada contra a privatização da água.

“Estamos na luta pela água pública. Uma empresa que comprar a Corsan, vai abocanhar com facilidade os departamentos municipais que hoje estão em dificuldade.”, comentou. O Sindiágua também é contra a privatização do DMAE, projeto já em pauta no governo.

Edson Zumar, presidente do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), também presente na manifestação, reafirma que o saneamento básico público é direito da população.

“Vimos recentemente no caso da CEEE Equatorial, que está sendo visto o quanto é ineficiente e o quanto está caro. Com a água será algo muito pior. Estamos mobilizando os colegas do saneamento como um todo, para que isto não aconteça. Que o prefeito Melo tenha a sensibilidade de ouvir a cidade e tomar a melhor decisão”, argumentou.