Quebra de safra no Rio Grande do Sul preocupa agricultores
Na semana de carnaval, a população do Rio Grande do Sul sentiu os efeitos das fortes chuvas, que chegaram a derrubar árvores e destelhar casas. Apesar de perigosos, os temporais foram positivos para a cultura de soja, que já está largando flores ou vagens.
As chuvas irregulares não foram suficientes para melhorar 100% a situação do estado, visto que em diversas regiões, como Santa Rosa, há muitas lavouras que sofreram danos irreversíveis. Segundo a Emater-RS, a situação se encontra bem desigual no estado.
O coordenador da área de culturas da Emater, Elder Dal Prá, faz um alerta: “Nesse momento, a gente já estima perdas superiores a 6 milhões de toneladas do que tínhamos previsto”.
Avanço nas lavouras de milho e arroz no Rio Grande do Sul
Apesar do grande avanço na colheita do milho, que teve 54% de suas lavouras colhidas, as de ciclo avançado ainda têm grandes perdas. 88% das lavouras em Caçapava do Sul, são consideradas perdidas.
Em Erechim, 40% das lavouras estão no processo de enchimento de grãos. Em Ijuí, as lavouras semeadas nos meses de dezembro e janeiro estão em boas condições. Na colheita do arroz, há um avanço de 4%.
Atualmente, os agricultores se preocupam com as temperaturas abaixo de 10 graus que foram registradas na última semana, já que podem interferir na produção de lavouras na Fronteira Oeste e na Campanha.
Em Bagé, os produtores desistiram de fazer o plantio e replantio e guardaram os insumos comprados para o inverno. Isso porque quem plantar agora ficará fora do zoneamento agrícola de resto climático, e a lavoura não pode ser segurada.
“Teremos uma diminuição do potencial produtivo dessas áreas. Outra situação que agrava é a ocorrência de ferrugem asiática, que é a principal doença do cultivo [de soja]. Se começarmos a ter precipitações regulares e temperaturas não tão elevadas, nesses plantios tardios também podemos ter ocorrência de ferrugem e, como consequência diminuir, a produtividade. Os agricultores devem realizar o plantio mesmo fora de época? Devem! Mas devem ter ciência de que o risco é maior”, afirma Dal Prá.
Tais informações foram fornecidas pelo Canal Rural.