Estiagem no RS afeta a comercialização de animais

A estiagem no Rio Grande do Sul tem causado uma grande queda no comércio de animais. Em fala para o jornal Minuano, o diretor da casa de leilões Trajano Silva Remates, Marcelo Silva, afirmou os preços do mercado pecuário caíram drasticamente, em até 40%.

Segundo um levantamento publicado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação do RS, a retração da comercialização de animais causou efeitos diretos na economia do Rio Grande do Sul. Confira mais informações abaixo.

Comércio de animais afetado pela estiagem

De acordo com Silva, menos dinheiro circulando no mercado traz impactos diretos para os leilões de animais de fazenda. O diretor da Trajano Silva Remates afirma que não há previsão para grandes mudanças na situação, trazendo grande preocupação para os fazendeiros do RS.

Silva diz que o mercado tem apresentado melhoras, mas nada significativo a ponto de reverter toda a situação. “Recém está se esboçando uma reação, mas muito tímida nos preços do gado de reposição e nos preços do gado gordo”.

De acordo com dados do Departamento de Economia e Estatística (DEE), da Secretaria de Planejamento, Governança e Gestão (SPGG), houve uma queda de 45,6% no setor agropecuário do RS em 2022. O impacto foi sentido diretamente no Produto Interno Bruto (PIB), com retração de 5,1% no ano.

Na agricultura, a maior impacto foi no plantio de soja, com retração de 54,3% em relação aos dados anteriores, seguido pelo milho (-31,6%), fumo (-14,6%) e arroz (-9,7%).

O DEE associa a queda aos impactos da seca no território gaúcho. Desde o final de 2022, o Rio Grande do Sul lida com uma crise histórica de estiagem, impactando de forma geral toda a economia do estado.

Segundo dados da Defesa Civil do Rio Grande do Sul, há 388 municípios com decreto de situação de emergência. Deste total, há 370 declarações homologadas pelo Estado, e 365 reconhecidas pela União.