Mortalidade no trabalho atinge níveis alarmantes no Rio Grande do Sul
Entre 2012 e 2022, o Brasil registrou 6,7 milhões acidentes de trabalho e 25,5 mil mortes no emprego com carteira assinada. No Rio Grande do Sul foram 50,5 mil acidentes só no ano de 2022, representando 8,23% do total nacional e um aumento de 16,21% em relação ao ano anterior. Os dados são do Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, com desenvolvimento associado entre o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Só no ano passado foi estimada a ocorrência de 612,9 mil acidentes de trabalho e 2,538 óbitos, a maior taxa de fatalidades dos últimos dez anos. A cada 100 mil vínculos empregatícios, 7 acidentes são notificados. Houve ainda, nacionalmente, um aumento de 22% em relação a 2021, nos acidentes reportados ao Sistema Único de Saúde.
Os dados foram apresentados durante evento do Abril Verde, de promoção do MPT, em Brasília. São consideradas comunicações de acidentes de trabalho (CAT) ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) além de notificações em unidades de saúde no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan).
O Sinan computa reportes de eventos laborais adversos como exposição a material biológico, acidentes com animais peçonhentos, câncer relacionado ao trabalho, dermatoses ocupacionais, lesões por esforços repetitivos e distúrbios osteomusculares relacionados ao trabalho, perdas auditivas induzidas por ruído, pneumoconioses, intoxicações exógenas e transtornos mentais e comportamentais.
Dados do RS
O sistema de saúde gaúcho registrou 57.526 notificações de agravos à saúde do trabalhador, com 68% decorrentes de acidentes laborais. Proporcionalmente, são 21,4 notificações a cada 100 mil vínculos, mais que o triplo da média nacional.
Um total de 424 pessoas ficaram em condições de incapacidade para realização do trabalho, tendo que optar pela aposentadoria por invalidez.
Marau, São Marcos, Sananduva, São Sebastião do Caí, Não-Me-Toque e São Gabriel são os municípios que em proporção ao número de habitantes registraram os piores números. Em um cômputo de números absolutos, Porto Alegre, Caxias do Sul, Passo Fundo, Canoas, Gravataí e São Leopoldo apresentaram situação pior.