Carro popular vai custar até R$ 60 mil e consumir somente etanol
Está na ordem do dia do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio), a retomada das linhas de automóveis populares. O conhecido carro popular tem atraído novamente o interesse de montadoras e de revendedores.
Pela transição energética que o mundo será obrigada a cumprir, os novos modelos deverão vir totalmente compatíveis apenas ao etanol e não mais flex. O setor e os governos temem a priorização da gasolina nas bombas em tempos de descarbonização. Além disso, os modelos continuarão sendo de motor 1.0, com melhor desempenho e consumo.
A estratégia de marketing envolverá um rebranding do tradicional “carro popular” para “carro verde”. O motivo é não apenas de imagem, mas tributário. Concessionárias e fabricantes contam com o novo regime fiscal a ser definido pelos ministérios da Fazenda e Planejamento e a reforma tributária.
O reposicionamento do veículo como “verde” precisará ser trabalhado fortemente junto ao público-alvo, para evitar desconfianças e frustrar as expectativas do setor e de possíveis consumidores junto ao mercado de combustíveis.
As marcas Citroën, Fiat, Jeep, Peugeot e RAM do grupo Stellantis, já trabalhavam com a possibilidade do relançamento dos modelos híbridos e totalmente movidos à etanol. Em 1990, o grupo obteve sucesso com a estreia do Uno Mille no mercado nacional e quer repetir a empreitada.
História no mercado nacional
Na época da abertura comercial no governo Collor, a maior parte dos automóveis em território nacional eram de modelos caros e fabricados aqui e com proibição da importação de peças. A indústria obsoleta e com margens apertadas começava a dar espaço para os importados.
Durante cerca de 40 anos, os modelos populares foram uma quase unanimidade no mercado brasileiro, mas as vendas começaram a cair e os modelos foram sumindo das vitrines. Com inadimplência controlada e juros baixos, versões de maior valor agregado caíram nas graças da população e dominaram durante longo período as estradas do país.
Nos anos 2010 o setor ensaiava uma retomada, quando a pandemia desabou qualquer horizonte positivo.