Argentinos são resgatados de escravidão no RS

Quatro trabalhadores argentinos foram resgatados de trabalho em condição análoga à escravidão na noite deste sábado (1) em Nova Petropólis. Os homens atuavam como lenhadores e eram obrigados a viver em condições insalubres em uma propriedade rural do município.

As vítimas, incluindo um menor de idade, moravam em um acampamento na mata, sem acesso a banheiros, energia elétrica ou água potável. O resgate foi iniciado após denúncia de dois dos trabalhadores para a Polícia Militar. O empregador foi preso em flagrante. Confira abaixo mais informações sobre o caso.

Caso de escravidão em Nova Petropólis

Os trabalhadores argentinos foram contratados como lenhadores em agosto do ano passado. Desde então, eles afirmam não ter recebido remuneração para pagar alimentação e estadia.

As vítimas foram obrigadas a morar em locais precários: no momento do resgate, estavam em um local coberto, sem acesso a condições básicas. Segundo a Polícia Federal, eles haviam sido abandonados pelos empregadores e não estavam recebendo qualquer assistência.

O resgate foi realizado após dois dos homens se dirigirem até um batalhão da Polícia Militar de uma cidade localizada a 40 quilômetros de Nova Petrópolis. A operação foi conduzida por agentes da Polícia Federal, Ministério do Trabalho e Emprego, e Brigada Militar do Rio Grande do Sul. O empregador, preso em flagrante pelo crime de redução a condição análoga à escravidão, foi encaminhado ao Sistema Penitenciário.

A deputada estadual e presidente da comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, Laura Sito, se pronunciou sobre o caso. Ela afirma que os argentinos entraram de forma ilegal no Brasil, e devem voltar ao seu país de origem em breve.

Sito afirma que entrou em contato com o ministro do Trabalho da Argentina para garantir o retorno dos trabalhadores. Eles receberão indenização pelo tempo em que estiveram em condição de escravidão no Brasil.