RS vai usar tecnologia inovadora para frear dengue no estado

Um novo método está sendo usado para o combate da dengue no Rio Grande do Sul. Na capital gaúcha, a Santa Casa de Porto Alegre está utilizando mosquitos Aedes aegypti criados em laboratório para impedir a proliferação da doença.

Os mosquitos geneticamente modificados são todos machos, que não picam e transmitem doenças. Até o momento, dez caixas contendo os espécimes foram instaladas na área do hospital da Santa Casa. A tecnologia já foi aplicada em outras regiões de forma efetiva, causando até 96% de redução no número de casos. Confira abaixo mais informações.

Combate a dengue com mosquitos geneticamente modificados

O procedimento, chamado Aedes do Bem, é realizado pela empresa Oxitec. É instalada uma cápsula contendo ovos do Aedes aegypti modificados em laboratório para não produzir fêmeas, deixando apenas os machos. Depois de 10 dias, os ovos eclodem, liberando os espécimes na natureza.

No ambiente, eles procuram fêmeas para acasalar. Estas fêmeas, que picam e transmitem dengue, morrem em 48 horas após copular com os espécimes criados em laboratório. Os descendentes nascidos desse cruzamento herdam as mesmas características dos pais. Dessa forma, a liberação do mosquito alterado diminui os números da doença e também impede que mais fêmeas nasçam.

A tecnologia já foi testada em Indaiatuba, em São Paulo. A empresa responsável afirma que a quantidade de mosquitos da dengue na cidade caiu em 96% desde o início do projeto.

Além disso, a iniciativa é sustentável, pois a caixa não faz uso de nenhum inseticida químico ou outros produtos tóxicos. Assim, não há riscos para a saúde de seres humanos e nem de outros animais.

O Rio Grande do Sul tinha 3,3 mil casos confirmados de dengue confirmados até esta terça-feira (4). O estado teve um grande aumento no número de pessoas infectadas no fim de março, com diversos municípios em situação grave.