Pesquisadora do RS faz descoberta histórica na Antártica

Na última sexta-feira (14), um estudo realizado por instituições do Brasil e do Chile, conduzido por uma pesquisadora do Rio Grande do Sul, revelou um fato histórico sobre a Antártica. De acordo com a paleontologista Joseline Manfroi, o continente gelado foi palco de frequentes incêndios florestais a mais de 70 milhões de anos atrás.

Há evidências na Antártica que apontam para o fato: foram encontrados fósseis de plantas carbonizadas na camada sedimentar do continente, abaixo do solo. Confira abaixo mais informações sobre a descoberta.

Incêndios na Antártica eram causados por erupções vulcânicas

Os incêndios na Antártica, segundo o estudo, eram causados por resíduos de cinzas expelidas por erupções vulcânicas. Em fala para o G1, Manfroi afirma que a principal evidência da pesquisa se encontra na presença de carvão.

“Os incêndios pretéritos podem ser evidenciados através do registro fóssil, em especial pela presença de carvão vegetal fóssil, que nada mais é do que material vegetal que passou pelo processo de carbonização [queima] e que ficou preservado no registro geológico”, revela a pesquisadora.

A paleontóloga afirma que o estudo representa um grande avanço para entendimento das mudanças no meio ambiente ao longo da história da humanidade. “As mudanças globais estão entre os maiores desafios para compreensão da humanidade e este tipo de estudo auxilia na construção de cenários que facilitem o entendimento da evolução dos ecossistemas terrestres ao longo do tempo”, afirma.

A pesquisa contou com participação de cinco instituições brasileiras, sendo três do RS: Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), Universidade de São Paulo (USP), Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Museu Nacional do Rio de Janeiro, Universidade do Vale do Taquari e Instituto Antártico Chileno. Segundo a autora do projeto, este é um dos únicos três estudos em todo o mundo a respeito do tema.

Imagem: Reprodução / Wikimedia Commons