Extinção de empresas bate recorde no Rio Grande do Sul
No primeiro trimestre deste ano, o Rio Grande do Sul bateu um recorde preocupante: 35.468 empresas foram extintas no estado, um aumento de 33% em relação ao mesmo período do ano anterior. Enquanto isso, a criação de novas empresas permaneceu estável, com a abertura de 62.808 negócios.
A diminuição no número de registros de empresários individuais foi insuficiente para compensar o aumento na extinção de empresas limitadas (LTDA). No entanto, o que realmente afeta o número geral é a oscilação dos microempreendedores individuais (MEI). De janeiro a março deste ano, 26.930 MEI foram extintos, em comparação com 18.321 no primeiro trimestre de 2022.
Alto custo do crédito e inadimplência elevada são desafios para as empresas gaúchas
Existem diversos fatores que contribuem para o atual cenário de extinção recorde de empresas no Rio Grande do Sul. Uma das principais razões é o alto custo do crédito, com juros elevados e níveis de inadimplência crescentes, o que tem prejudicado especialmente as empresas mais endividadas. A situação tem sido tão difícil que muitos pequenos empresários que aderiram ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe) estavam aguardando a prorrogação do prazo de pagamento de 48 para 72 meses, que foi anunciada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (24).
Aqueles que tomaram empréstimos quando a taxa Selic estava em 2% estão enfrentando dificuldades para honrar seus compromissos agora que a taxa está em 13,75%.
No caso dos microempreendedores, a inadimplência também é elevada, como destaca o presidente do Sindicato das Empresas de Serviços Contábeis do Rio Grande do Sul (Sescon-RS), Flávio Ribeiro Júnior. No entanto, ele observa que há um movimento de retorno desses trabalhadores para o emprego formal, à medida que as oportunidades de trabalho vêm aumentando. Durante o auge da pandemia, muitas pessoas optaram pelo “empreendedorismo de necessidade”, mas agora estão voltando a buscar empregos formais.
Outra tendência observada pela presidente da Junta Comercial, Industrial e de Serviços do Rio Grande do Sul (JucisRS), Lauren Momback, é o crescimento do número de microempreendedores que estão migrando para o registro como empresários individuais ou limitados, mesmo em meio à crise econômica.
“Há facilidades, como menos burocracia e custo “, diz ela. O processo de registro de uma empresa no Rio Grande do Sul é rápido e gratuito, levando em média apenas 10 minutos.
Fonte: GZG
Imagem: Divulgação