Rio Grande do Sul corre risco de perder 10 mil postos de trabalho

De acordo com um estudo realizado pela Associação Brasileira de Calçados (Abicalçados), mais de 20% da produção desse setor pode cair, o que acabará ocasionando o fim de mais de 10 mil postos de trabalho no Rio Grande do Sul, e cerca de 30 mil no Brasil inteiro. Tal queda é resultado da medida que desonera a folha de pagamento, prevista para expirar até 31 de dezembro deste ano, dos 17 setores da economia.

Devido a este cenário, as diferentes entidades setoriais impactadas pela lei estão unidas pela aprovação do PL 334/2023, do senador Efraim Filho (União-PB), que propõe a continuidade da isenção até 2027. A pauta ainda será debatida durante uma Audiência Pública, marcada para 23 de maio.

“A lógica de se taxar a criação de emprego é pouco inteligente, ainda mais nesse momento de recuperação, em que ainda estamos sentindo os efeitos da pandemia de Covid-19. Mesmo com o crescimento na produção ao longo de 2022, ainda estamos muito aquém dos resultados de 2019.”disse o presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira. Ferreira ainda afirma que tais mudanças podem fazer com que mais de 180 milhões deixem de ser produzidos anualmente.

Categoria do Rio Grande do Sul faz propostas para a Reforma Tributária Nacional

Já Rogério Bertoli, vice-presidente e diretor de Comunicação do Sindicato das Indústrias do Vestuário do Estado do Rio Grande do Sul (Sivergs), acredita que “o Brasil já tem uma elevadíssima carga tributária sobre o trabalho, com contribuições redundantes, taxas criativas e todas por imposição, sem chance de o colaborador reverter”. Bertoli também afirma que a categoria está fazendo propostas para a Reforma Tributária Nacional, defendendo “os pontos possíveis, junto às instâncias superiores, que representam junto em Brasília pela Frente Parlamentar da Indústria Têxtil e do Vestuário”.

Atualmente, a desoneração da folha de pagamento beneficia os setores de calçados, call centers, comunicação, confecção/vestuário, construção civil, empresas de construção e obras de infraestrutura, couro, fabricação de veículos e carroçarias, máquinas e equipamentos, proteína animal, têxtil, Tecnologia da Informação, Tecnologia de Comunicação, projeto de circuitos integrados, transporte metroferroviário de passageiros, transporte rodoviário coletivo e transporte rodoviário de cargas.