RS é o terceiro estado com mais acidentes aéreos; entenda

Dados do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) revelam que nos últimos dez anos, o Brasil enfrentou, em média, um acidente aéreo a cada dois dias. Durante esse período, ocorreram 1.878 acidentes envolvendo diversos tipos de aeronaves, resultando em 844 mortes em 441 acidentes.

As principais causas de acidentes fatais foram perda de controle em voo, falha do motor e colisão com obstáculos durante pouso ou decolagem, de acordo com os dados do Sistema de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Sipaer) do Cenipa. São Paulo liderou o ranking de acidentes aéreos nos últimos dez anos, com 386 ocorrências, seguido por Mato Grosso, com 194, e Rio Grande do Sul, com 168.

Especialistas alertam para a falta de investimento em infraestrutura e tecnologia na aviação brasileira, o que contribui para a ocorrência de acidentes aéreos

Para o R7, especialistas alertam sobre o número crescente de acidentes aéreos no Brasil, que poderiam ser evitados. Embora tenha havido uma redução nos últimos anos, a falta de fiscalização da manutenção e treinamento dos pilotos, especialmente em voos particulares, é um problema preocupante.

Além disso, o aumento da frota de aeronaves também é apontado como um fator que contribui para esse cenário. Infelizmente, um exemplo recente foi a queda do helicóptero que levava o piloto e copiloto com destino à feira Agrishow em São Carlos, no interior de São Paulo, resultando em duas mortes.

“O Brasil tem a segunda maior frota de aviões do mundo. É natural que os números sejam elevados em um país onde a infraestrutura e a fiscalização são deficitárias”, disse o comandante Fernando Pamplona, instrutor de simulador e piloto de linha aérea.

Voos particulares, como o transporte agrícola e de instrução, têm menos fiscalização do que voos comerciais e de táxi aéreo. Nos últimos dez anos, houve 732 acidentes de aviação particular no Brasil, resultando em 229 mortes. Em comparação, houve 118 acidentes durante o táxi aéreo e apenas seis por cento dos acidentes envolveram táxis aéreos. A falta de rigor na manutenção dos equipamentos, a inexperiência dos pilotos e a falta de familiaridade com as aeronaves explicam por que as aeronaves menores e particulares se envolvem em mais acidentes.

Especialistas alertam para a falta de investimento em infraestrutura e tecnologia na aviação brasileira, o que contribui para a ocorrência de acidentes aéreos.Nos voos particulares, geralmente há apenas um piloto na aeronave, enquanto nos voos comerciais e de táxi aéreo, o serviço é prestado por uma dupla de pilotos, o que aumenta a segurança. Desde janeiro de 2012, houve 159 acidentes com helicópteros, com um em cada três casos resultando em morte. Em comparação, houve 1.091 acidentes envolvendo aviões, com um em cada quatro episódios terminando em morte. O helicóptero é mais instável e vulnerável a falhas de motor do que o avião, o que aumenta o risco de acidentes fatais.

Fonte: Correio do Povo

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