Famosa empresa de SC evita ter que fechar as portas após negociar dívida “impagável”

A fabricante catarinense de madeiras e papéis, Bonet, correu o risco de fechar suas portas há algumas décadas, isso porque, somou uma dívida astronômica tida como impagável, como resultado de uma má gestão.

Chegando perto de considerar um pedido de autofalência, a empresa alinhou com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional a repactuação de um passivo superior a R$ 800 milhões, a maior parte referente a pendências tributárias e previdenciárias.

O acordo, feito após nove meses de intensa negociação, é considerado o maior já feito no Sul do país, foi homologado no dia 18 de julho e garantiu um abatimento de 72% do valor da dívida, sobrando um saldo de R$ 237 milhões, a ser quitado em até 10 anos.

Empresa chegou perto de entrar em falência

Por conta das dívidas acumuladas e má gestão, a Bonet ficou com sua base florestal comprometida em ações de execução fiscal e chegou a perder a unidade fabril em Santa Cecília, no Meio Oeste catarinense.

De acordo com o diretor-presidente Paulo Bonet, membro da família fundadora, mas que entrou na empresa só em 2004, o objetivo era de identificar soluções para alguns problemas de gestão. 

Sendo assim, o executivo mudou linhas de produção e decidiu apostar na sustentabilidade. Contudo, o quadro financeiro sempre foi um empecilho para virar o jogo na empresa.

Agora, sem as restrições ligadas às dívidas, Paulo projeta um novo ciclo de crescimento, com contratações e investimentos na fábrica para a produção de embalagens sustentáveis.

Empresa faturou R$ 235 milhões

Em 2022, a Bonet faturou cerca de R$ 235 milhões e processou 38 mil toneladas de papel cartão na fábrica de Timbó Grande.

Embora projete em 2023 um faturamento semelhante ao de 2022, a Bonet mira um crescimento de 150% nos próximos três anos. A companhia já recebeu sondagens, mas diz não ter interesse na venda neste momento.

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