Prefeito de cidade do RS é reeleito após ter mandato cassado por compra de votos

Em uma reviravolta política notável, Paulo Renato Cortelini (MDB) reconquistou a prefeitura de São Francisco de Assis, no Rio Grande do Sul, com uma vitória significativa nas urnas, obtendo 53,22% dos votos válidos no último domingo (28). A eleição suplementar veio após sua cassação pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em março deste ano, juntamente com outros membros do governo local.

O segundo colocado, Ademar Frescura (PP), atraiu 46,78% dos votos, configurando uma disputa acirrada até o fim. A eleição foi marcada por um contexto de tensões e controvérsias, dado os incidentes que levaram à necessidade de um novo pleito.

Cassação do mandato original de Paulo Renato Cortelini

Cortelini e seus colegas, o então vice-prefeito Jeremias Izaguirre de Oliveira (PDT) e o vereador Vasco Henrique Asambuja de Carvalho (MDB), enfrentaram acusações de abuso de poder econômico e compra de votos nas eleições de 2020. Asambuja de Carvalho, que também era presidente da Câmara Municipal, junto com Oliveira, acabaram inelegíveis por oito anos devido às infrações confirmadas. No entanto, uma reviravolta ocorreu quando o TSE reverteu a inelegibilidade de Cortelini imposta anteriormente pelo Tribunal Regional Eleitoral do Rio Grande do Sul (TRE-RS).

As provas que culminaram na cassação inicial foram majoritariamente obtidas por interceptações telefônicas e mensagens de texto, autorizadas judicialmente, que evidenciaram um esquema de compra de votos mediante distribuição de benefícios materiais, como cestas básicas, para eleitores. O ministro André Ramos Tavares, relator do caso no TSE, destacou a consistência e robustez das evidências para a decisão do tribunal.