RS bate recorde de inadimplência com mais de 3,6 milhões de gaúchos endividados
Recentemente, o Rio Grande do Sul registrou uma taxa de inadimplência que preocupou especialistas e instituições financeiras. Em março deste ano, 39,78% dos consumidores gaúchos estavam com pagamentos atrasados, número que supera os recordes anteriores, conforme dados da Serasa Experian.
O que contribui para o crescimento da inadimplência no RS?
Os números apontam que cerca de 3,614 milhões de gaúchos estão com contas em atraso, o que representa quase quatro em cada dez adultos no estado. Com dívidas acumuladas ultrapassando os R$ 20 bilhões, cada cidadão deste estado deve, em média, R$ 5.633, um valor bastante alto, considerando a média nacional.
Outro dado alarmante é que as principais dívidas dos gaúchos atrasadas envolvem bancos e cartões, categorias conhecidas pelos altos juros. Além disso, contas básicas, como energia elétrica e água, também compõem uma grande parte destes débitos, evidenciando uma situação crítica que pode levar ao corte de serviços essenciais.
Segundo os dados, a distribuição de inadimplentes entre gêneros é equitativa, com uma divisão de 50% para homens e 50% para mulheres. A faixa etária mais afetada é a de 41 a 60 anos, seguida de perto pelos que têm entre 26 e 40 anos, indicando que a crise financeira afeta mais significativamente os adultos em idade ativamente econômica.
Como a inadimplência afeta a economia Llocal
A alta inadimplência no Rio Grande do Sul é um sintoma preocupante de problemas econômicos mais profundos. Especialistas sugerem que essa situação afeta negativamente o consumo geral e a circulação de dinheiro na economia local, trazendo consequências duradouras para o comércio e serviços.
O economista da Serasa Experian, Luiz Rabi, sugere que haverá uma melhora a partir de abril, com a queda contínua dos juros e manutenção de índices de emprego favoráveis, além de reajustes salariais acima da inflação.
Renegociar dívidas é fundamental, mas complexo, pois os devedores geralmente negociam primeiramente com bancos e posteriormente com varejistas e provedores de serviço. Esse processo gradual demonstra a complexidade da recuperação financeira dos indivíduos marcados pela inadimplência.