Governo do RS divulga número de propriedades rurais afetadas pelas enchentes
O final de abril trouxe uma das maiores calamidades climáticas já vistas no Rio Grande do Sul, com um volume significativo de chuvas que perdurou por diversos dias e ocasionou inundações e deslizamentos multifacetados. No escopo rural, a situação é dramática: mais de 206 mil propriedades agrícolas foram severamente afetadas, desestabilizando a robusta agricultura gaúcha.
Em meio a esse cenário, diversos produtores enfrentam enormes perdas nas colheitas de culturas essenciais como soja, milho e feijão, afetando diretamente o desempenho econômico do estado. Além dos danos ínfimos nas plantações, a infraestrutura das propriedades recebeu um duro golpe, desnorteando a rotina de milhares de famílias.
Qual foi o impacto direto das chuvas na produção rural do Rio Grande do Sul?
Segundo o relatório divulgado pelas secretarias estaduais de Agricultura e Desenvolvimento Rural, o estrago foi considerável. Estão contabilizadas várias famílias sem acesso a água potável e uma recalculada séria na produção de grãos. Os números são apenas uma ponta do iceberg que denotam a vulnerabilidade do setor agrário frente a eventos extremos de clima.
Somente na cultura da soja, estima-se que 2,71 milhões de toneladas foram perdidas, uma revisão drástica que altera as expectativas para a produção deste ano. Antes das chuvas, a projeção era colher 22,24 milhões de toneladas; agora, o número foi revisado para aproximadamente 19,53 milhões de toneladas.
Essa redução não é isolada. Outros setores como o da pecuária e olericultura também sentiram o peso excessivo do clima. Cerca de 3.711 criadores de animais tiveram perdas significativas que incluem milhares de cabeças de gado, suínos e aves, comprometendo ainda mais a oferta de carne e leite nos próximos meses.
Em resposta imediata, flexibilizações normativas foram implementadas para tentar amenizar os impactos. Ações emergenciais e a cooperação entre governo e entidades do setor agrícola são cruciais para a reconstrução das áreas produtivas. A região necessitará de um esforço conjunto e contínuo para recuperar a estabilidade econômica e social afetada pelo desastre.
O momento é de refletir sobre a amplitude dos danos, mas, mais importante, sobre as formas eficientes de promover a resiliência agrícola frente aos crescentes desafios climáticos. A recuperação, embora dolorosa e complexa, é também uma oportunidade para fortalecer o setor e repensar práticas sustentáveis a longo prazo.