Rede de supermercados fechou as portas mesmo com faturamento milionário

O fechamento da rede Supermercados Soares, que iniciou suas atividades em outubro de 2016 e encerrou em julho de 2023, trouxe grandes prejuízos para muitos. A rede, que alcançou um faturamento de R$ 60 milhões em 2023, está agora envolvida em um pedido de recuperação judicial devido a problemas de gestão e um golpe aplicado por uma ex-funcionária.

Uma das empresas prestadoras de serviço para a rede Supermercados Soares foi afetada, interrompendo suas atividades em março de 2023, e ficou com um prejuízo de mais de R$ 85 mil. “Eles deixaram várias dívidas, não somente comigo, mas com diversos outros fornecedores e funcionários. Essa dívida está em torno de R$ 8 milhões aqui em Campo Grande”, contou um dos sócios prejudicados.

Dívidas com ex-funcionários e fornecedores

De acordo com o pedido judicial, a rede enfrentou dificuldades severas devido ao crescimento rápido e desorganizado. Além disso, um golpe interno, com desvio de cerca de R$ 400 mil por uma colaboradora, contribuiu significativamente para a crise financeira. A situação levou ao levantamento de dívidas milionárias, afetando tanto fornecedores quanto ex-funcionários.

Um ex-funcionário que atuou como gerente por pouco mais de um ano relatou que, com o fechamento das unidades, os proprietários abriram novos negócios em nome de parentes para evitar o pagamento das dívidas.

O que provocou a crise no Supermercados Soares?

O Supermercados Soares começou como um empreendimento familiar, com a primeira unidade sendo aberta no Jardim Los Angeles, em Campo Grande, em 2016. O negócio começou a prosperar rapidamente, levando à abertura de mais três unidades até o final de 2017 e chegando a seis em outubro de 2022.

No entanto, essa rápida expansão revelou problemas de gestão que os proprietários não conseguiram resolver a tempo. Além disso, o desfalque de R$ 400 mil por uma funcionária trouxe um impacto negativo adicional. Todos esses fatores contribuíram para a decadência financeira da rede.

Como a justiça pode interferir nessa situação?

Para a maior parte dos ex-funcionários e fornecedores, a recuperação judicial não é suficiente. Muitos acreditam que ações mais rígidas deveriam ser tomadas para garantir o pagamento das dívidas. “Se a justiça fosse favorável aos trabalhadores, teria determinado uma forma de pagarem as dívidas enquanto estavam com as portas abertas”, declarou um ex-gerente do grupo.

Apesar dos esforços de negociação, como relatado, os proprietários não respondem aos pedidos de acordos. A justiça ainda não se posicionou definitivamente sobre as dívidas pendentes com os fornecedores e funcionários.