Alerta importante para quem frequenta o litoral do RS
No verão passado, o litoral gaúcho registrou uma incidência notavelmente alta de águas-vivas, com um salto impressionante de 734% em comparação ao mesmo período do ano anterior. Os dados, que apontam a presença desses invertebrados marinhos, passaram de 288 para mais de 2000 em poucos meses.
Os guardas-vidas posicionados ao longo das praias notaram a diferença, especialmente em locais como Capão da Canoa. Willen Eccard Silva, um desses profissionais, atribui esse influxo crescente à temperatura da água, que está mais quente este ano. “A temperatura da água facilita a reprodução, por isso nós temos um grande número de águas vivas no nosso litoral esse ano”, comenta.
O que favorece a proliferação de águas-vivas no litoral do RS?
O aumento da incidência da luz solar durante o verão também desempenha um papel crucial, tornando o oceano um ambiente favorável para a reprodução das águas-vivas, conforme afirmou o biólogo Fabiano Soares. “Junto com as correntes marítimas, [a incidência da luz] eleva a quantidade de fitoplâncton e zooplâncton, que são a base da cadeia alimentar”, diz ele.
Essa abundância de nutrientes aciona o período reprodutivo desses animais, resultando em uma explosão exponencial da população. Essa situação cria um ambiente desafiador para banhistas, uma vez que os tentáculos venenosos das águas-vivas podem provocar graves queimaduras.
Essas criaturas marinhas têm um ciclo de vida complexo que envolve tanto a reprodução sexuada quanto assexuada, através de um fenômeno conhecido como “alternância de gerações”. Nos seres humanos, o contato com os tentáculos dessas espécies pode resultar na injeção de toxinas que produzem uma sensação intensa de dor e queimação. No entanto, além do desconforto momentâneo, as águas-vivas normalmente não representam um perigo significativo para os humanos.
Quando se trata de proteção contra as águas-vivas, alguns passos recomendados incluem a observação cuidadosa de sua presença tanto na areia quanto na água e o afastamento imediato ao avistar um desses animais. Em caso de contato, a área afetada deve ser lavada com água do mar, sem esfregar ou pressionar e, em seguida, aplicar vinagre para aliviar a dor.
Um aspecto interessante é que, mesmo após encalhar na praia e morrer, o veneno das águas-vivas pode continuar ativo, razão pela qual se desaconselha o toque no animal mesmo que esteja na areia.