Após confronto PMs entram em estação de Metrô e mulher desmaia

O ato contra os gastos para a Copa do Mundo no Brasil, que tem início em 12 de junho, durou apenas 20 minutos de forma pacífica na noite desta quinta-feira, 15, em São Paulo. Cerca de duas mil pessoas (1.200 pessoas na conta da Polícia Militar) participaram do protesto.

Vinte minutos após saírem em marcha da Praça do Ciclista, no cruzamento da Avenida Paulista com a Rua da Consolação, às 19h15, um grupo de mascarados, adeptos da tática black bloc e policiais militares entraram em confronto. A primeira rusga foi na altura da Rua Matias Aires, quando PMs teriam passado de forma brusca entre manifestantes que estavam do lado direto da calçada. Um grupo passou a hostilizar e atirar objetos contra os PMs, que responderam com golpes de cassetete e disparos de bombas de gás lacrimogêneo.

Logo após, cerca de 200 manifestantes que seguiam em direção à Praça Roosevelt, foram cercados na Rua Pedro Taques por policiais que subiam no sentido contrário. Uma concessionária Hyundai teve a fachada depredada e um carro danificado. Duas agências bancárias, uma do Santander e outra da Caixa Econômica Federal tiveram as vidraças destruídas. Uma agência do Itaú na Avenida Paulista teve o vidro quebrado.

Além do caminhão e dos ônibus da Tropa de Choque que levavam os PMs de um lado para o outro, os policias militares ainda tiveram a ajuda de um ônibus da frota municipal, que com as luzes internas apagadas deu uma “carona” para que PMs subissem a Rua da Consolação em direção à Avenida Rebouças. Além do Choque e do 7° Batalhão, responsável pela região, também foi possível ver viaturas do 11°, 13°, 23° e 45° Batalhão.

Por volta das 20h3o, um pequeno grupo estava na Praça do Ciclista quando diversas viaturas da Força-Tática chegaram disparando bombas de gás contra os populares. O repórter do Infodiretas que estava no local chegou a passar mal por conta da ingestão do gás tóxico. Junto à reportagem estavam defensores públicos que presenciaram o fato. Os disparos foram feitos indiscriminadamente, em uma distância máxima de 20 metros. Mulheres e crianças que tentavam abrigo dentro da estação Paulista da Linha 4 – Amarela chegaram a reclamar da truculência da PM. Pouco depois, cerca de 20 PMs munidos com escudos, capacetes e escopetas com munição de borracha entraram na estação do Metrô. Eles foram acionados por seguranças para buscarem possíveis black blocks na plataforma. Assim que chegaram à catraca, uma mulher desmaiou. Ela foi conduzida de cadeiras de rodas para uma sala reservada. Após a varredura, dois jovens foram abordados pelo PMs, mas liberados em seguida. Ao menos cinco pessoas tiverem ferimentos leves por conta da ingestão de gás ou por conta de estilhaços de munição não letal. Dos sete detidos, todos foram liberados.