Após incêndio, desabrigados da favela Esmaga Sapo relatam abandono do governo

Moradores da favela do Esmaga Sapo, que pegou fogo na último dia 2, reclamam de um possível “abandono” por parte da prefeitura e de falta de empenho das equipes do Corpo de Bombeiros que aturam no combate as chamas. Mesmo com o destacamento de mais de 20 viaturas e 67 homens, que atenderam os chamados em menos de dez minutos, segundo a corporação, nenhum barraco da favela localizada na Rua Aracati, altura do número 320, na Penha, Zona Leste, pode ser salvo.

Os moradores do local, marcaram um ato para às 9h desta terça-feira, 8, em frente à prefeitura, no Viaduto do Chá, na intenção de serem recebidos pelo prefeito Fernando Haddad (PT), ou por algum representante do órgão municipal, que possa auxiliá-los.

Segundo o líder comunitário Ronaldo, as informações publicadas pela imprensa de que os moradores do local receberam benefícios da prefeitura, não procede. “O que recebemos foi uma cesta básica e um colchão. Há crianças, idosos e mulheres dormindo na calçada, apenas uma parte foi para a casa de parentes. Não recebemos bolsa aluguel”, diz. Foi o segundo incêndio em menos de dois anos, que dizimou a comunidade do Esmaga Sapo. Em 2012, foram 320 barracos queimados. No incêndio da última quarta-feira, foi quase o dobro, cerca de 600 barracos, que pela conta do líder comunitário, atingiram por volta de mil pessoas.

No combate as chamas, o Corpo de Bombeiros chegou a afirmar que, a dificuldade no acesso prejudicou a chegada dos homens mais no centro das chamas. Um morador disse que por duas vezes a água chegou a ser desligada. O subprefeito prometeu vir até aqui e nada. Precisamos de um banheiro químico, não temos nem banheiro para usar. O terreno, que fica nos baixos do Viaduto Engenheiro Alberto Badra, no entrocamento da Marginal Tietê com a Radial Leste, está ocupado há cinco anos. Na manhã desta segunda-feira, 7, ao menos três barracos de madeira estavam sendo reerguidos em meio as cinzas.