Bancos preveem Selic mais alta do que o esperado em 2023
Um aumento da inflação entrou no radar do mercado financeiro, contrariando as atuais expectativas para a evolução da Selic no ano de 2023, levando dificuldade para a administração de contas públicas.
A aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) Kamikaze pode ser um dos fatores de risco, considerando o aumento do valor de benefícios destinados ao povo, como o Auxílio Brasil. Segundo a proposta, o custeio do pacote é de R$ 41,3 bilhões, quantia que excede o valor do teto de gastos.
Conforme a previsão dos bancos, a expectativa de aumento da taxa básica de juros, que atualmente está em 13,25% ao ano, era de suspensão no mês de agosto. Porém com a nova avaliação é esperado que os aumentos permaneçam até o mês de setembro ou outubro. O valor detalhado pela Tendências Consultoria seria de uma alta de 0,5 ponto percentual no mês de agosto, e 0,25 em setembro, o que faria com que a taxa chegasse à casa dos 14%.
Seguindo este cenário com as novas estimativas, a Selic chegaria até os 14,25%, patamar alcançado em 2016. Se a inflação seguir neste ritmo, é possível que haja persistência da alta nos preços durante vários anos.
Outra análise, desta vez feita pelo Credit Suisse, aponta uma elevação de 0,5 no percentual de agosto e mais dois aumentos de 0,25 em setembro e outubro, provocando uma marca de 14,25%. O Santander possui a mesma estimativa, porém com duas altas de 0,5 ponto. Ainda de acordo com o banco, a inflação prevista é de 7,9%, caindo para 5,7% no ano seguinte e 3% em 2024.
De acordo com economistas, o cenário não aparece apenas no Brasil, outros bancos do mundo também estão lidando com taxas mais altas de juros na Zona do Euro e nos EUA, que enfrentam uma inflação recorde.
A permanência da alta taxa básica atrapalha o movimento para recuperação da economia no país, bem como a geração de empregos, processos que vinham sendo registrados nos últimos meses.