Boate Kiss: Ministério Público toma decisão alarmante; Confira

Após 20 dias da decisão que anulou a condenação dos réus do incêndio na boate Kiss, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP-RS) recorreu da decisão. A Promotoria questiona o argumento usado pela defesa de que o júri havia tido irregularidades. 

Desde o início do mês, Elissandro Callegaro Spohr e Mauro Londero Hoffmann, o vocalista da Banda Gurizada Fandangueira, Marcelo de Jesus dos Santos, e o auxiliar do grupo musical, Luciano Bonilha Leão tiveram suas condenações anuladas e foram liberados do sistema prisional após os desembargadores da 1ª Câmara Criminal anularem a decisão do júri realizado em dezembro de 2021. 

Junto com a decisão de soltura dos réus, o MP entrou com um recurso contestando a decisão. O pedido será analisado pelo presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luiz Fux.

Para o procurador-geral de Justiça, Marcelo Dornelles, a petição tem o objetivo de garantir que prevaleça a decisão tomada por Fux em dezembro de 2021, quando o magistrado derrubou o habeas corpus que deixava os réus em liberdade. “Estamos recorrendo ao Supremo Tribunal Federal por acreditar que houve descumprimento de uma regra constitucional, utilizando, na argumentação, o que disse o próprio ministro em decisão que manteve presos os quatro réus, ou seja, que a prisão deve ser mantida até o trânsito em julgado, ou até decisão contrária do STF”, reforçou. 

O caso da Boate Kiss

A tragédia da Boate Kiss ocorreu em 27 de janeiro de 2013, em uma área central de Santa Maria durante uma festa universitária. Durante uma apresentação da banda Gurizada Fandangueira, um dos integrantes do grupo musical disparou um artefato pirotécnico impróprio para uso em ambientes fechados. As centelhas de fogo do objeto atingiram o teto do prédio que, em razão do isolamento acústico, era revestido de espuma. O material altamente inflamável fez com que o fogo se espalhasse rapidamente e deixasse 242 vítimas fatais e 636 feridos, em sua maioria jovens.