“Cachoeiras de sangue na Antártida?” Especialistas apontam provável motivo

Recentemente, um estudo publicado na Frontiers in Astronomy and Space Sciences, por um grupo de cientistas da University of Alaska Fairbanks e Colorado College, desvendou porque as geleiras na Antártida “sangram”.

Durante a pesquisa, o cientista Ken Livi, do Departamento de Materiais, Ciência e Engenharia da Escola Whiting, usou os microscópios de transmissão de elétrons da instituição de Caracterização de Materiais e Processamento da Universidade Johns Hopkins (EUA) para avaliar os sólidos de amostras da água das chamadas “Cachoeiras de Sangue”.

Ao examinar as amostras, Livi identificou nanoesferas ferrosas que oxidam, deixando o líquido vermelho. “Assim que eu vi as imagens do microscópio, percebi que haviam essas pequenas nanoesferas que eram ricas em ferro, e que têm vários outros elementos além dele — silicone, cálcio, alumínio, sódio — e todos variavam”, afirma Ken Livi em comunicado.

Entenda porque as nanoesferas que causam o “sangramento” das cachoeiras da Antártida não foram identificadas antes

De acordo com o pesquisador, as grandes causadoras do “sangramento” das cachoeiras não foram identificadas antes devido ao seu tamanho. Além disso, estudos anteriores indicavam que as cachoeiras “sangravam” por conta de algum tipo de mineral (nanoesferas não são minerais).

“Para ser um mineral, átomos precisam ser alinhados em uma estrutura específica e cristalina”, explica Livi. “Essas nanoesferas não são cristalinas, então os métodos usado anteriormente para examinar os sólidos não as detectou.”

O pesquisador ainda afirmou que essas águas presentes na Antártida são antigas. “Esses são microrganismos que existem há, potencialmente, milhões de anos abaixo das águas salinas da geleira Antártica. São águas antigas”, diz Livi.

Livi também afirma que além dessas águas serem ricas em ferro e sal, elas também são hospedeiras de bactérias antigas. Segundo o especialista, esses estudos podem ser benéficos nos estudos sobre a vida em outros planetas.

Imagem: National Science Foundation / Peter Rejcek