Capitão “matador” e mais nove do GATE são condenados por Massacre do Carandiru

Após 21 do Massacre do Carandiru, como ficou conhecido a invasão de tropas da Polícia Militar ao Pavilhão 9 da Casa de Detenção Doutor Flamínio Fávero, em 2 de outubro de 1992, no bairro do Carandiru, Zona Norte de São Paulo, dez homens pertencentes à época ao Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE) foram condenados a mais de 90 anos de prisão pela morte de oito presos que estavam em celas no último andar. Os réus foram absolvidos da acusação de três tentativas de homicídio.

Entre os condenados está o comandante do GATE à época, capitão Wanderley Mascarenhas, que segundo o livro “Rota 66 – A história da polícia que mata”, escrito pelo jornalista Caco Barcellos e publicado meses antes ao massacre, já tinha em sua ficha envolvimento em mais de 30 mortes, inclusive, em seu prontuário consta uma invasão a um manicômio, que após um motim, terminou com seis mortos. Mascarenhas e oito de seus subordinados foram condenados a 96 anos de reclusão em regime fechado. Apenas Silvio Nascimento Sabino foi condenado a 104 anos, pois tinha uma condenação anterior.

Massacre-no-CarandiruOs dez condenados receberam penas que variam entre 96 e 104 anos de detenção. Porém, até que os recursos da defesa atingem o limite, os réus devem cumprir a pena em liberdade. Em dado momento do júri, o promotor Olavo Canto Neto citou nomes dos presos executados que haviam chegado há pouco tempo no Carandiru e não tinham sequer condenação e não tiveram direito à defesa. “Eles erraram e pagavam dentro do sistema legal pelo erro que cometeram”, concluiu.Muito exaltado, Celso Vendramini, advogado dos PMs disse que vai recorrer da decisão do júri.