Centro de referência do Negro completa mais de dois anos fechado, saiba os projetos para este espaço de resistência

O Centro de Referência do Negro (CRN), está fechado desde o início da pandemia e as atividades presenciais que retornaram tiveram que ser transferidas para outro local. O espaço está interditado desde 2021 devido a problemas estruturais. 

Espaço sofre com dificuldades desde a sua criação

Espaço importante para a comunidade negra  e da origem do carnaval em Porto Alegre, desde a sua criação, em 2016, o espaço sofre dificuldades para colocar em prática projetos idealizados, como a biblioteca com acervo sobre o povo negro, uma ouvidoria para denúncias de racismo, entre outros projetos. 

“O Centro não tinha atividades permanentes, os espaços podiam ser ocupados por grupos para demandas específicas”, informou a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS), responsável pelo CRN, em nota. “Não eram feitos atendimentos e encaminhamentos em decorrência de casos de racismo, por exemplo, esse serviço é prestado pelo Centro de Referência em Direitos Humanos. Não tinha uma biblioteca em funcionamento”, admite.

Conforme entrevista ao GHZ, Luciana Ayoola, integrante do sarau Sopapo Poético, lamenta a falta de espaço para a comunidade negra.

“Era um ponto de encontro, um ponto de referência mesmo da comunidade. Vários grupos da comunidade negra com referência a estudo e cultura negra faziam as suas atividades nesse espaço. E isso pesa muito, porque nos fortaleciam esses encontros. É importante para os nossos jovens, para as nossas crianças, para a autoestima e para o crescimento intelectual, e também para o nosso povo ver que nós somos capazes de fazer várias coisas”.

Atividades são realizadas em outros espaços

De acordo com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, as atividades seguem sendo realizadas em outros espaços que compõe o Conselho Municipal dos Direitos do Povo Negro.

O futuro do Centro de Referência do Negro

O governo formará parcerias para angariar fundos que permitam a reforma que o prédio necessita, e para desenvolver os projetos, como a biblioteca e a ouvidoria. A ideia é definir uma entidade responsável pelo espaço que revigore e fortifique o CRN.