Cientistas emitem alerta preocupante sobre gelo da Antártida
Um estudo recente realizado pela Faculdade de Dartmouth, nos Estados Unidos, prevê um cenário preocupante para o futuro das geleiras na Antártida. Publicada na renomada revista ‘Earth’s Future’, a pesquisa contou com a colaboração de mais de 50 cientistas e utilizou dados de 16 modelos diferentes de manto de gelo para criar uma projeção detalhada do derretimento.
A Estação Antártica Comandante Ferraz, um dos centros de pesquisa brasileiros sobre a Antártida, é um ponto significativo para o monitoramento das mudanças climáticas na região. As emissões de carbono aparecem como principais vilãs neste cenário, podendo provocar uma perda massiva de gelo nos próximos 300 anos.
Os Impactos do Derretimento Total do Gelo da Antártida
Conforme a pesquisa, caso as emissões de carbono não sejam reduzidas, há um risco de perda significativa de gelo na Antártida até o ano de 2100. O que realmente surpreende é que mesmo que as emissões fiquem nos níveis atuais, o derretimento ainda continuará.
De acordo com Helene Seroussi, chefe do estudo e professora associada da Escola de Engenharia Thayer de Dartmouth, “Pouquíssimos estudos olham além de 2100. Essas descobertas mostram que, após esse período, os efeitos a longo prazo sobre a elevação do nível do mar se tornam muito mais significativos”.
Como a Pesquisa Estimou o Derretimento de Todo o Gelo da Antártida?
Os cientistas utilizaram 16 modelos distintos de manto de gelo para confirmar que o derretimento das geleiras continuará a aumentar gradualmente ao longo deste século. A inovação deste estudo é a projeção que se estende para além de 2100, algo que a maioria dos estudos anteriores não considerou.
Os dados reunidos sugerem que, mesmo com as emissões de carbono estáveis, o derretimento do gelo não cessará. Esse processo gradual eventualmente levará a um cenário onde, após 2100, o gelo em muitas das bacias ocidentais da Antártida começará a recuar rapidamente.
Níveis do Mar Devem Aumentar com o Derretimento das Geleiras
A pesquisa da Faculdade de Dartmouth indica que o derretimento contínuo levará a uma elevação de 1,6 metro nos níveis globais do mar até 2200. Isso representa uma ameaça significativa para as regiões costeiras de todo o mundo.
A revista científica Space Daily destacou que, “Em algumas simulações, a camada de gelo da Antártida pode enfrentar um colapso quase total até 2300”. Esse cenário alavanca a urgência de se discutir políticas focadas não só até 2100, mas que também considerem os impactos de longo prazo das mudanças climáticas.
Quais Serão as Consequências da Elevação do Nível do Mar?
Se o derretimento do gelo continuar na taxa prevista, as regiões costeiras serão severamente impactadas. Cidades e comunidades à beira-mar podem enfrentar inundações frequentes, perda de terras e enormes prejuízos econômicos. Essa elevação no nível do mar também afetará os ecossistemas marinhos e a biodiversidade.
- Inundações Mais Frequentes: Elevações persistentes do nível do mar causarão inundações mais frequentes em áreas baixas.
- Perda de Terras: Terrenos costeiros e ilhas baixas poderiam ser completamente submersos.
- Impacto Econômico: Infraestruturas costeiras, como portos e resorts, sofrerão danos significativos.
- Deslocamento de Populações: Comunidades inteiras podem ser forçadas a migrar para áreas mais altas.
As descobertas dessa pesquisa frisam a relevância de políticas ambientais que busquem a redução urgente das emissões de carbono. O futuro da Antártida e, consequentemente, do nível dos mares, é algo que diz respeito a todos nós.
