Conheça o cemitério de estátuas em Porto Alegre, veja onde os monumentos são guardados

Com o aumento das depredações a atos de vandalismos nas estátuas, o poder público retira as peças dos espaços públicos e as obras ficam guardadas em cemitério de estátuas em Porto Alegre em prédio tombado na Avenida da Independência. 

“Atualmente, em função do aumento dos atos de vandalismo e dos furtos, estamos tendo de recolher algumas obras “, diz Manuela Costa, arquiteta da Diretoria de Patrimônio e Memória, vinculada à Secretaria Municipal de Cultura e Economia Criativa (SMCEC) ao Diário Gaúcho.

O prédio onde ficam armazenadas as peças retiradas dos espaços públicos pertence à Prefeitura de Porto Alegre. Cerca de 15 obras estão lá espalhadas no chão e as placas encostadas no banheiro.

“Só retiramos do espaço público quando está em risco iminente de que seja furtada ou depredada Tínhamos algumas réplicas no Parque Farroupilha de um material que não era bronze. Mesmo assim sofreram tentativas de depredação. Foram recolhidas. Fazemos avaliação para ver se precisam de melhoria e se podem voltar para a rua” acrescenta Manuela. 

A estimativa é de que  30 obras já foram devolvidas aos espaços públicos em que estavam localizadas. 

Estátuas famosas em Porto Alegre estão armazenadas longe do público

O busto de Apolinário Porto Alegre é uma dessas obras armazenadas no local. Fundador do Partenon Literário (1868 – 1888), ele foi professor, escritor, historiador e referência cultural da capital no século XIX. O busto foi inaugurado há 95 anos, em 1927. Agora, devido à decepção das duas mãos da obra, está guardada no depósito. 

“Ficava na Praça Argentina em um pedestal de granito polido. A estátua teve uma mão decepada e já faz algum tempo que está armazenada aqui” explica a arquiteta.

Além do busto, outro caso é o do ex-prefeito Otávio Rocha, que precisou ser substituído por uma réplica feita em material sem valor comercial. “É preciso entender isso dentro do contexto que a gente vive. Essas pessoas que furtam e depredam são cidadãos que vivem na cidade. Para mim é um sintoma da sociedade “, observa Manuela ao Diário Gaúcho.