Conta de energia ficou mais cara nesse mês? Entenda o motivo

O sistema de bandeiras tarifárias das contas de energia elétrica sofreu alteração em junho de 2025, conforme comunicado recente da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). A partir deste mês, a bandeira tarifária vermelha, no patamar 1, será aplicada, trazendo impacto direto no valor das faturas de consumidores residenciais, comerciais e industriais em todo o país.

Essa mudança ocorre devido ao cenário de chuvas abaixo da média, o que reduz a capacidade de geração das hidrelétricas. Como consequência, aumenta-se a necessidade de acionar usinas termelétricas, que possuem custos mais elevados de produção de energia.

Como funciona o sistema de bandeiras tarifárias?

O sistema de bandeiras tarifárias foi criado em 2015 pela Aneel com o objetivo de tornar mais transparente para o consumidor o custo real da geração de energia elétrica no Brasil. Ele utiliza um esquema de cores para indicar se haverá ou não acréscimo na conta de luz, de acordo com as condições de geração no Sistema Interligado Nacional (SIN).

As bandeiras são divididas em três principais categorias: verde, amarela e vermelha. Quando a bandeira está verde, não há cobrança adicional. Já nas bandeiras amarela e vermelha, são aplicados valores extras por cada 100 quilowatts-hora (kWh) consumidos, conforme o patamar vigente.

Valores das bandeiras tarifárias em 2025

Em 2025, os valores dos acréscimos das bandeiras tarifárias seguem definidos pela Aneel. Na bandeira amarela, o adicional é de R$ 1,885 a cada 100 kWh consumidos. No caso da bandeira vermelha, existem dois patamares:

  • Patamar 1: acréscimo de R$ 4,463 por 100 kWh
  • Patamar 2: acréscimo de R$ 7,877 por 100 kWh

Com a mudança para a bandeira vermelha patamar 1 em junho, os consumidores passarão a pagar o valor intermediário, o que representa um aumento significativo em relação ao período anterior, quando a bandeira estava verde e não havia cobrança extra.

As alterações nas bandeiras tarifárias são determinadas por fatores climáticos e operacionais. Durante o período chuvoso, os reservatórios das hidrelétricas costumam se manter em níveis adequados, permitindo geração de energia a custos mais baixos. No entanto, na transição para o período seco, a redução das chuvas diminui a capacidade de geração hidrelétrica, exigindo o uso de fontes alternativas, como as termelétricas, que têm custos mais altos.

O Operador Nacional do Sistema (ONS) monitora constantemente as condições dos reservatórios e as previsões de afluência. Quando identificada a necessidade de acionar fontes mais caras, a Aneel ajusta a bandeira tarifária para refletir esse aumento nos custos de geração.