Deficit em produtos chineses para indústria geram alta nos valores no Brasil

Os insumos advindos da China, muito utilizados no Brasil, têm sofrido uma alta nos preços e além disso, um atraso na importação.

Desde março deste ano, Xangai e Pequim, importantes pólos econômicos da Ásia, estão seguindo restrições para combater a propagação da doença.

Os lockdowns extremamentes rigorosos praticados pelos chineses têm sido a principal causa dos problemas citados e preocupação do mercado brasileiro. O impacto já pode ser observado em números.

Em março, os preços dos insumos aumentaram em 29,5%. Em abril, disparou para 34,4%, com queda de 6,9% na quantidade de importação. A inflação é inevitável neste cenário, afirmam os especialistas, e atinge todo o globo somada à guerra entre Ucrânia e Rússia.

Atrasos dos materiais

Indústria

Uma fabricante brasileira de efluentes domésticos e industriais, a Ecosan, recebia os bens da China em um prazo de 45 a 60 dias. Com o novo lockdown, o prazo pode chegar a 120 dias.

A empresa importa do país asiático chapas de inox e produtos químicos para o tratamento da água e recuperação de efluentes. A demora tem causado atrasos na linha de produção, que precisa ser reprogramada constantemente.

No caso da indústria farmacêutica, o atraso na entrega das matérias-primas é de 20 dias. Atrasos na produção vêm acontecendo, mas o desabastecimento ainda não é uma realidade. A China é o principal fornecedor de insumos para a indústria farmacêutica nacional.

Varejo

Lojas dos centros de comércio popular, como a Rua 25 de Março, em São Paulo e o Saara, no Rio de Janeiro, estão sentindo os impactos nos atrasos e aumento dos preços dos produtos vindos da China.

Na 25 de Março, os comerciantes estão dando falta principalmente dos carrinhos Hot Wheels, campeões de vendas por serem os preferidos da criançada. Para manter o estoque, os lojistas estão se desdobrando.

Cenário

Segundo especialistas e empresários, o cenário só não é pior pois a economia não está aquecida. Com a pouca demanda, a lentidão e/ou falta no abastecimento de produtos não se refletirá em grandes problemas. Porém, outros segmentos, como a indústria automobilística, estão sentindo bastante o atraso dos materiais e disparada dos preços.