Desigualdade salarial entre homens e mulheres no Paraná é assustadora

A diferença de renda entre homens e mulheres no Paraná alcança um percentual preocupante. De acordo com os últimos dados do Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE), apresentados na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) contínua do último trimestre de 2023, os homens receberam, em média, 34,2% a mais do que as mulheres. Essa disparidade é ainda maior que a média nacional de 26%.

Por que essa diferença salarial ainda existe?

Embora a educação superior esteja mais acessível às mulheres, os números revelam que elas ainda ganham menos que os homens, mesmo com maior qualificação. Por exemplo, em 2022, enquanto 16,8% dos homens com 25 anos ou mais possuíam nível superior completo, entre as mulheres o percentual era de 21,3%. Mesmo assim, a equidade salarial parece distante.

No estado do Paraná, a maior disparidade salarial está no setor industrial. Segundo a Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) de 2022, os homens ganharam em média R$ 3.637,61, enquanto as mulheres ganharam R$ 2.697,64, representando uma diferença de 41%. Em contraste, nos setores de Comércio, Serviços e Agropecuária, essa diferença é menor, porém ainda significativa.

Esforços legislativos para reduzir a disparidade

Em resposta a essa desigualdade persistente, foi sancionada uma nova lei no ano passado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, exigindo que empresas com 100 ou mais empregados publiquem relatórios semestrais de transparência salarial. Esses relatórios devem detalhar as remunerações divididas por gênero e função, promovendo maior transparência e incentivando práticas de equidade salarial.

As empresas que não cumprirem com as novas regulamentações serão obrigadas a criar um Plano de Ação para Mitigação da Desigualdade Salarial, incluindo medidas concretas e prazos específicos para sua implementação. Além disso, o Ministério do Trabalho e Emprego desempenhará um papel crucial na fiscalização e na implementação dessas medidas.

Esse marco legal representa um avanço significativo na luta pela equidade salarial, mas ainda há um longo caminho a percorrer para que as diferenças sejam completamente erradicadas.