Detran tem grande problema para lidar após enchentes no RS

Após as recentes enchentes que devastaram parte do Rio Grande do Sul, uma nova preocupação surge: o destino dos veículos severamente danificados. Com a recuada das águas, esses automóveis não só representam perdas materiais, mas também emergem como uma séria ameaça ambiental e à saúde pública.

O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) enfrenta o desafio de gerenciar a situação dos carros atingidos pelas enchentes. A medida vital é a baixa definitiva dos veículos irrecuperáveis, encaminhando-os para processos de desmonte e reciclagem, uma prática essencial para minimizar impactos negativos no meio ambiente.

Por que é crucial dar baixa nos veículos irrecuperáveis?

O processo de dar baixa nos veículos não é apenas uma questão burocrática, mas um passo fundamental para evitar questões legais e despesas contínuas para os proprietários. Além disso, veículos não removidos podem se tornar ambientes propícios para a proliferação de doenças e contaminação ambiental. Ao comunicar ao Detran o fim da existência legal de um veículo, o proprietário se desonera e contribui para ações de sustentabilidade.

No Rio Grande do Sul, há aproximadamente 420 Centros de Desmanches de Veículos (CDVs) autorizados a operar com veículos marcados para desmonte. O procedimento inicia com a descontaminação, seguida pela segregação das peças que podem ser reutilizadas ou recicladas. Este processo não apenas evita que componentes perigosos contaminem o meio ambiente, como também promove a reutilização de peças, reduzindo a necessidade de produção de novos componentes.

Os proprietários que realizam a baixa do veículo têm direito à restituição dos impostos já pagos. A Secretaria da Fazenda (Sefaz) do estado permite que os proprietários solicitem a devolução do IPVA proporcional aos meses restantes do ano, após a perda do veículo. Esta iniciativa não apenas alivia financeiramente os afetados, mas também encoraja a regularização da situação dos veículos danificados.

Especialistas alertam que automóveis abandonados podem liberar óleos e combustíveis, contaminando solo e água. Esses veículos tornam-se também focos para o mosquito Aedes aegypti, elevando o risco de doenças como dengue e febre amarela. Além disso, carros inutilizados podem servir de abrigo para animais peçonhentos, aumentando os riscos à segurança.