Em manifestação do MTST, vereador diz que “Plano Diretor foi feito para mercado imobiliário”

O ato que saiu às 8h50 desta quarta-feira, 26, do Largo da Batata, em Pinheiros, na Zona Oeste, chegou pontualmente às 11h em frente à sede da prefeitura de São Paulo, no Viaduto do Chá. Cerca de 3.500 mil pessoas percorreram aproximadamente seis quilômetros, passando pelas avenidas Brigadeiro Faria Lima e Rebouças, e ruas da Consolação e Xavier de Toledo.

A primeira manifestação do dia aconteceu às 4h quando cerca de 600 pessoas fechara a Estrada do M’Boi Mirim, na região do Parque do Lago até o Terminal Jardim Ângela, no extremo da Zona Sul, de onde partiam em ônibus até o Largo da Batata. Cinco ocupações na cidade de São Paulo estão presentes ao ato, entre elas Nova Palesina, Faixa de Gaza e Dona Deda.
Após bloquearem por cerca de 1h a Avenida Rebouças, na altura da Avenida Paulista, cerca de 150 policiais militares começaram a acompanhar a marcha, ocupando as extremidades do ato. Durante a caminhada foi possível ouvir marchinhas, forró e até mesmo uma paródia de “Trem das Onze”, de Adoniram Barbosa.

O casal Souza, 52 anos, e Maria José, 46, levantou às 3h desta qurta-feira, 26, para acompanhar a manifestação por moradia e pelo “cumprimento das promessas” do prefeito Fernando Haddad (PT). Nós queremos pagar tudo certo, água, luz, condomínio, mas o Haddad não liera um apartamento. Eu voltei nele”, diz o porteiro Souza. A dona de casa Maria José segue o mesmo raciocínio. “Não queremos nada de graça, queremos o que temos direito, moradia digna”. O casal conta que paga R$ 400 de aluguel em uma casa de três cômodos no Jardim Guarujá. Na casa, vivem mais três filhos. Na ocupação Nova Palestina, eles estão no terreno pertencente ao G20.

Na descida da Rua da Consolação, duas grandes revendedoras de veículos abaixara as portas enquanto o grupo caminhava e cantava músicas pedindo moradia. Na Praça Roosevelt, o vereador José Police Neto, o Netinho (PSD), acompanhava o ato. Em entrevista exclusiva ao Infodiretas, Netinho, disse ser favorável a marcha. “O Plano Diretor foi feito para o mercado imobiliário”. Você não vê nada de concreto, não existe uma capacidade de transformação. Os movimentos fazem com as próprias mãos a reforma urbana que o governo não consegue fazer”, conclui.