Especialistas afirmam que o novo valor do Auxílio Brasil pode exigir novas verbas do governo em 2022

A aprovação do Auxílio Brasil permanente no valor de R $400,00 vai exigir novas verbas do governo em 2022. Essa é a afirmação de especialistas ouvidos pelo UOL que acreditam que será necessário cortar despesas ou aumentar o teto de gastos para arcar com os gastos do programa de transferência de renda às famílias de baixa renda. 

Segundo o sócio e economista-chefe da RYO Asset, Gabriel Barros, o valor de R $400,00 do auxílio permanente já pesará no ano que vem. “Não só pelo valor [total do Auxílio Brasil], que converge para R $90 bilhões, mas pelo contexto de despesas”, afirma.

Para Barros, para arcar com o orçamento do Auxílio Brasil permanente, o governo terá que cortar despesas discricionárias (aquelas que não são obrigatórias) e podem prejudicar áreas importantes, como saúde e educação, por exemplo. “Com o Auxílio Brasil permanente de R $400, o espaço para despesas discricionárias vai ser ainda menor. [O governo] vai cortar em algum lugar. Pode ser na saúde, na educação ou na defesa. Todos os ministérios passam a ser alvo de cortes e, ao fazer isso, o governo acaba afetando algum serviço prestado ao cidadão”, afirma o economista ao UOL.

Auxílio Brasil terá uma despesas de cerca de R$ 42 bi

Com a PEC dos precatórios, o governo conseguiu adiar o pagamento das dívidas da administração pública com empresas e pessoas. Esse dinheiro que seria economizado para o ano que vem, provavelmente terá que entrar no orçamento para pagamento do auxílio em 2023.

Além disso, de acordo com o economista Marcos Mendes, do Insper em São Paulo, com a alteração do teto de gastos recentemente, pode ser que haja espaço para bancar os quase 42 bilhões do programa no ano que vem.

“Mas, já a partir de 2024 e 2025, vai faltar espaço. Então, pode ser que o governo não precise cortar despesas em 2023, mas em 2024 e 2025, com certeza isso vai acontecer”, afirma Mendes.