Famoso hospital do RS vai suspender serviço por tempo indeterminado
O Hospital Tramandaí, localizado no Litoral Norte, anunciou uma notícia preocupante para a comunidade da região: a suspensão de suas atividades no Centro Obstétrico e no Serviço de Obstetrícia a partir desta segunda-feira (1). A decisão, confirmada pela instituição e pela Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), responsável pela administração, coloca em xeque o atendimento a gestantes na região, sem previsão de retomada dos serviços.
A importância desse centro para a região do Litoral Norte é inquestionável, abrangendo moradores de Tramandaí, Imbé, Cidreira, e Balneário Pinhal, uma referência para cerca de 75 mil pessoas. O comunicado oficial do hospital aponta a escassez de recursos como principal razão para esta medida drástica. A situação preocupante levanta inúmeras questões sobre o bem-estar das gestantes da área e o futuro da assistência obstétrica local.
Por que o Hospital Tramandaí está suspendendo os serviços de obstetrícia?
No coração desta crise está a dificuldade financeira. Diego Caldieraro Morales, diretor técnico do hospital na região, destacou o desafio constante de gerenciar um hospital 100% SUS com recursos limitados. Os custos operacionais e de insumos médicos têm aumentado, enquanto o orçamento permanece estagnado, o que tem forçado a administração do hospital a fazer verdadeiros “malabarismos financeiros” para manter a qualidade dos serviços prestados.
As negociações com as empresas médicas terceirizadas complicam ainda mais o panorama. O contrato com a empresa responsável pelos serviços obstétricos chegou ao fim, e as alternativas apresentadas não satisfazem as reivindicações por melhores condições de trabalho dos profissionais, tornando a renovação contratual um impasse difícil de resolver.
A decisão afeta diretamente cerca de 10 gestantes que estavam sendo atendidas até o anúncio. O hospital fez um apelo para que novas pacientes gestantes não sejam mais encaminhadas à instituição e solicitou o auxílio dos gestores estaduais para a transferência das que ainda estão internadas. Felizmente, outros hospitais da região, como o Hospital São Vicente de Paulo em Osório e o Hospital Nossa Senhora dos Navegantes em Torres, já se colocaram à disposição para atender às pacientes e suprir a demanda por assistência.
Uma reunião está marcada para hoje, com a esperança de encontrar soluções que garantam a continuidade dos serviços de obstetrícia. Participarão do encontro a equipe do Hospital Tramandaí, o Sindicato Médico do Rio Grande do Sul (Simers), e profissionais do setor para discutir alternativas viáveis e buscar o fim do impasse.