Feijão pode desaparecer da dieta brasileira até 2025, alertam especialistas

De acordo com uma pesquisa realizada pela Universidade Federal de Minas Gerais, o feijão pode deixar de ser consumido com frequência pelos brasileiros até 2025 e não ser mais considerado um alimento básico. Tal fato preocupa especialistas, que afirmam que isso pode trazer consequências graves às famílias do país.

Os dados levantados pela pesquisadora e nutricionista Fernanda Serra, dona do estudo desenvolvido durante seu doutorado em saúde pública na Faculdade de Medicina da UFMG, mostram que o consumo semanal do feijão está diminuindo entre os adultos. Além disso, Serra também descobriu que o alimento que era considerado essencial para os brasileiros, está sendo substituído por com menos valor nutricional, como os ultraprocessados.

Desde 2007, o consumo de feijão já vem caindo. Antes, o alimento era consumido frequentemente por cerca de 68% da população brasileira. Em 2017, o número já baixou para quase 60%. Além dos adultos, crianças acima de 12 anos também tem comido cada vez menos feijão.

Consumo de feijão é menor entre as mulheres

De acordo com Fernanda Serra, tal mudança nos hábitos alimentares dos brasileiros é preocupante. “É um risco muito grande, especialmente em termos culturais, porque o feijão é um símbolo identitário da nossa cultura”, alerta. “Temos relatos do feijão em poesias e músicas. Ele apresenta também um excelente perfil nutricional, que é rico, com adequado aporte de proteínas, de minerais como o ferro e também de fibras e várias vitaminas.”

Fernanda também afirma que o feijão é um dos alimentos essenciais para garantir a segurança alimentar da população. “Toda a população tem direito a uma alimentação saudável, que deve ser consumida em quantidade suficiente, de forma regular e de forma permanente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais da vida, como vestuário, moradia. O feijão integra esses alimentos saudáveis, que vão promover a saúde da população.”, afirma.

Atualmente, as mulheres compõem o grupo que menos come feijão no Brasil. Isso pode ser explicado pela vida agitada das mesmas, que muitas vezes trabalham, cuidam dos filhos e da casa ao mesmo tempo, e que por isso, optam por cozinhar alimentos menos trabalhosos que o feijão ou por comprar fastfood.