Funcionários da RBS e dos Correios são acusados de integrar grupo neonazista

De acordo com a reportagem feita pelo Fantástico, uma investigação policial descobriu que um grupo neonazista brasileiro está conectado com uma organização internacional de supremacia branca. Oito homens foram presos em Santa Catarina.

De acordo com a polícia, negros, judeus e homossexuais foram vítimas de Laureano Vieira Toscani, um neonazista que faz parte de um grupo internacional de supremacia branca, que foi criado nos anos 1980, nos Estados Unidos. O grupo passou a ser conhecido devido a bandas de rock neonazistas, que pregavam o ódio em suas letras de música.

“São marcadamente violentos, racistas, neonazistas e buscam atacar e perseguir minorias. Eles têm essa definição de um grupo mais fechado, formado justamente por indivíduos ligados aos skinheads neonazistas”, disse Odilon Caldeira Neto, professor de História Contemporânea.

Em seu depoimento feito à polícia, Laureano diz não fazer parte desse grupo internacional. “É um negócio local nosso aqui, no Brasil. Não tem nada a ver com internacional, nem nada”, disse.

O grupo foi descoberto em novembro de 2022, após a Polícia Civil de Santa Catarina receber uma denúncia anônima, relatando que neonazistas se encontravam em São Pedro de Alcântara.

“De fato, encontramos um grupo de indivíduos adeptos e integrantes de uma organização skinhead neonazista transnacional. Localizamos toda a vestimenta utilizada por eles, toda a indumentária que identifica eles como um grupo neonazista”, disse o delegado Arthur de Oliveira Lopes.

Além disso, também foram encontrados celulares, nas quais os criminosos trocavam mensagens como: “Pretos têm que morrer todos os dias.”

Funcionários da RBS e dos Correios participavam do grupo criminoso

Dentre os criminosos, estava Fábio Lentino, operador de áudio da rádio gaúcha, pertencente ao grupo RBS, afiliada à TV Globo. Em seu depoimento, Fábio revelou participar dos encontros e que pagava a mensalidade para o grupo neonazista.

Em nota, o Grupo RBS disse que “reitera seu repúdio a qualquer forma de preconceito e já está tomando as medidas legais para o desligamento do funcionário. Respeito e tolerância são valores fundamentais para a nossa empresa e que constam no nosso código de ética e conduta.”

Além de Fábio, Rodrigo de Jesus Tavares, funcionário dos Correios, também estava envolvido com o grupo.

Em nota, a assessoria informou que “os Correios lamentam o ocorrido e repudiam quaisquer comportamentos dissociados dos valores defendidos pela estatal, e que a empresa tomará as medidas administrativas e cautelares cabíveis.”

De acordo com o advogado de Rodrigo os “dois negam as acusações e que isso ficará demonstrado durante a instrução processual.”