Governo do RS havia “ignorado” denuncias de irregularidades no Samu? Saiba mais

Por Nátaly Tenório
3 minutos de leitura
Imagem: Reprodução / Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

De acordo com o ex-enfermeiro Cleiton Felix, responsável pelas denúncias envolvendo médicos do Samu, ele procurou em abril o gabinete do vice-governador, Gabriel Souza (MDB), para informar sobre as irregularidades nas escalas no Samu. Entretanto, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB) afirma que Cleiton não noticiou o caso ao governo.

Cleiton afirma que conseguiu marcar um horário com o gabinete do vice-governador através de um amigo, e que nesse dia, foi recebido por servidores, por um assessor. O autor das denúncias ainda diz que, durante duas horas, relatou todos os problemas que estavam acontecendo no serviço de atendimento.

A informação de que Cleiton teria sido recebido foi confirmada pelo gabinete do vice-governador, que também alegou que o servidor teria sido orientado a formalizar denúncia, mas que isso não teria ocorrido. De acordo com a pasta, “eventuais denúncias devem ser encaminhadas pelos canais oficiais para que o estado tenha conhecimento e possa apurar”.

A secretária estadual da Saúde, Arita Bergmann, diz que não foi informada da visita de Cleiton ao gabinete do vice-governador e que não foi recebida nenhuma denúncia formal.

Descumprimento de escalas dos médicos do SAMU já havia sido relatado em 2021

Mensagens trocadas por e-mail, revelam que Cleiton já havia relatado outros problemas no Samu em janeiro 2021, quando médicos reguladores estavam atuando em teletrabalho. Na época, o enfermeiro fez reclamações aos superiores sobre precisar trabalhar em dobro, “assumindo responsabilidade de médicos que ficavam em casa dormindo”.

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Na conversa, o enfermeiro também questionava a justificativa do trabalho remoto, já que os plantonistas não se conectavam ao sistema para atender aos chamados.

A mensagem foi enviada para Andrea Pinheiro, então coordenadora substituta de urgências e emergências do Estado, e repassada para Laura Sarti de Oliveira, a então chefe substituta da divisão de regulação. Na época, ela disse que considerava que Cleiton estava formalizando uma denúncia, considerando o e-mail um documento.

“Todas as vezes que a gente recebeu denúncia formalizada de algum tipo de descumprimento de horário, nós tomamos as medidas necessárias. Nós fizemos apurações internas e tomamos algumas medidas de advertência, conforme o estatuto do servidor preconizava.”, disse Laura ao ser questionada pelo GDI após a divulgação do caso.

Segundo o enfermeiro, as únicas apurações internas realizadas foram aquelas descobertas pelo coordenador médico do Samu estadual, o médico Jimmy Luis Espinoza Herrera, e relatadas pelo GDI.

Imagem: Reprodução / Secretaria Municipal de Educação de São Paulo

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