Juíza é investigada por chamar cadeirante de ‘aleijado’ em shopping do RS
Na tarde de sábado (6), a Polícia Civil abriu uma investigação contra a juíza de direito Lourdes Helena Pacheco da Silva por injúria discriminatória. Durante uma discussão por uma vaga de estacionamento no Shopping Iguatemi em Porto Alegre, a magistrada teria proferido ofensas ao chamar um cadeirante de “aleijado”. Além disso, Lourdes foi autuada por estacionar em vaga reservada a pessoas com deficiência e por estar com a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) cassada.
A atitude da juíza pode ser considerada discriminatória de acordo com a legislação brasileira, que visa proteger grupos minoritários de tratamentos que causem constrangimento, humilhação, vergonha, medo ou exposição indevida.
Ao ser questionado, a juíza preferiu não fazer nenhum comentário sobre o assunto. Enquanto isso, o Tribunal de Justiça afirmou que recebeu a notificação do caso e que está tomando as medidas necessárias, independentemente do andamento do processo policial. O Shopping Iguatemi também emitiu uma declaração, afirmando que está colaborando com as autoridades competentes diante do incidente.
Discussão por vaga de estacionamento termina em registro de ocorrência na delegacia
De acordo com o relato de Magnus Rodrigo Cardoso à reportagem do G1, a discussão teve início quando ele se deparou com o carro da juíza estacionado na vaga reservada para pessoas com deficiência no estacionamento do shopping. Em resposta, ele decidiu estacionar atrás do veículo da magistrada para impedir que ela deixasse o local. Já a juíza Lourdes, em seu depoimento à Brigada Militar, afirmou que estacionou na vaga destinada a deficientes físicos porque era a única disponível no momento.
“Eu perguntei: ‘A senhora é cadeirante? Por que a senhora está na vaga de cadeirante. Você está com algum cadeirante?’. E ela disse: ‘não, não estou’. Daí eu disse: ‘a senhora está em uma vaga que eu necessito, senão eu não consigo descer’. Daí ela disse ‘se tu é aleijado, eu sou obesa e eu preciso dessa vaga’. Daí eu disse ‘gorda não tem direito a essa vaga’. Daí ela disse: ‘tu me chamou de gorda? Tu vai ver com quem tu está falando. Eu vou chamar a polícia’. Ela chamou a polícia”, contou.
Conforme informações registradas na delegacia, Magnus permaneceu estacionado atrás do veículo da juíza, bloqueando sua saída e se recusando a sair até a chegada da polícia. Diante da situação, a juíza acionou a Brigada Militar, que multou Lourdes por dirigir com a CNH cassada e estacionar em vaga reservada para pessoas com deficiência, resultando em sete pontos de infração para cada. Após a discussão, ambos dirigiram para a 2ª Delegacia de Polícia de Pronto Atendimento de Porto Alegre para registrar a ocorrência.
Fonte: g1
Foto: Reprodução