Linguiças de carne humana: o caso que chocou Porto Alegre

Porto Alegre foi palco de um dos casos mais famosos e macabros do Brasil. Você conhece a história do casal que fabricava linguiças de carne humana? tudo isso aconteceu na Rua do Alvoredo e é considerado até hoje um dos crimes mais chocantes do estado.

No século XIX, José Ramos ouvia histórias de seu pai sobre a Revolução Farroupilha. Ainda criança, o menino admirava as histórias contadas pelo pai, em especial as que continham investidas de degola, nestas em especial José pedia que o pai descrevesse com detalhes a prática.

No entanto, o pai do personagem principal desta história real costumava agredir a esposa e José, ao ver a mãe sendo agredida pelo pai embriagado, pegou uma faca e desferiu um golpe contra este. O corte foi tão profundo que o pai do jovem morreu poucos dias após. 

Com o crime nas costas, Ramos saiu da então Província de São Pedro e começou a atuar como soldado da Polícia. José exercia a profissão de forma correta e tranquila, até que foi flagrado tentando degolar um preso célebre, alegando que ele havia tentado fugir. 

O homem era conhecido por ser religioso e frequentar a missa. Costumava ir nos eventos da alta sociedade porto-alegrense e assistia espetáculos no Theatro São Pedro. Foi em Porto Alegre que José Ramos conheceu e se apaixonou por Catarina Palse. 

À cúmplice de José foi, posteriormente, atribuída a tarefa de atrair as vítimas para a casa do marido.

O casal das linguiças de carne humana de Porto Alegre

Catarina era uma mulher Húngara, mas de etnia alemã, que chegou ao Rio grande do Sul em 1857. 

José e Catarina se envolveram em 1863 e foram morar juntos na Rua do Arvoredo, atualmente conhecida como Rua Fernando Machado. A residência ficava próxima ao cemitério localizado aos fundos da Catedral Metropolitana de Porto Alegre.

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Além do casal já citado, Carlos Claussner é o terceiro e não menos importante elemento do caso. O proprietário de um açougue da Capital era distinto entre a população devido a sua posição social de dono de um negócio. 

O açougueiro era Alemão e se aproximou de José Ramos em razão do fato que o ex-policial conhecia seu idioma. Ramos se tornou ajudante de Carlos e aprendeu o ofício especializado em cortes de carnes. 

Uma série de desaparecimentos registrados em Porto Alegre deixou José sob a mira da polícia, e o que os agentes encontraram foi de arrepiar os cabelos. 

Crimes da Rua Alvoredo: prisões

No dia 18 de abril de 1864, a polícia da Capital se deslocou até a residência dos ramos e encontrou pedaços de corpo humano enterrados no local. A vítima foi identificada como Carlos Claussner, o até então alemão amigo de José e conhecido dono do açougue. 

Outros corpos foram encontrados em um poço desativado no terreno da casa, além de um cadáver de um cachorrinho, também alvo de cortes.

Após José ser preso, Catarina acabou confessando que seis vítimas haviam sido mortas na residência e transformadas em linguiça por Carlos e José. 

Segundo relatos da época, a carne das vítimas assassinadas e esquartejadas na casa dos Ramos era muito consumida na Capital, além de ser apreciada pela alta burguesia da cidade.