Moradores de comunidades no RS foram forçados a pavimentar ruas para facilitar tráfico

Na manhã desta quarta-feira (19), a Polícia Civil de Porto Alegre prendeu três indivíduos suspeitos de fazerem parte de uma organização criminosa que atuava no tráfico de drogas. A investigação indicou que o grupo agia principalmente na zona sul da capital gaúcha e em São Leopoldo, no Vale dos Sinos.

De acordo com informações da polícia, a organização era liderada por uma família que forçava os moradores da capital a pagarem pela pavimentação de áreas próximas a pontos de trânsito, facilitando o acesso dos compradores às drogas.

A operação envolveu 173 ordens judiciais executadas em diferentes cidades do Rio Grande do Sul, como Porto Alegre, Canoas, Sapucaia do Sul, Novo Hamburgo e Campo Bom, além de municípios catarinenses como Itajaí, Itapema, Balneário Camboriú e Bombinhas.

Investigação busca desmantelar organização criminosa após assassinato de agentes de advocacia em 2021

De acordo com Marcus Viafore, representante do caso, a investigação em andamento tem como objetivo desmantelar uma associação criminosa e responsabilizar seus membros por suas atividades ilegais.

“A organização criminosa adquiria bens, como imóveis e veículos, que eram colocados em nome de laranjas. Além disso, usavam empresas de fachada para movimentar e fazer a lavagem de dinheiro. Compraram até uma pousada”, conta o delegado.

A operação realizada resultou em diversas ações, incluindo a execução de 45 mandados de busca e apreensão, 125 apreensões bancárias e 23 apreensões de bens, bem como três mandados de prisão preventiva. As autoridades conseguiram congelar quase 30 milhões de reais em ativos.

A investigação teve início em 2021, após o assassinato de dois agentes clientes do escritório de advocacia. O mandante suspeito do crime foi identificado como líder de uma organização criminosa e posteriormente preso em 2021 na Bahia, cumprindo atualmente pena no presídio modular de Charqueadas.

Os indivíduos sob suspeita serão encaminhados para delegacias de polícia e, posteriormente, para estabelecimentos prisionais, enquanto a Polícia Civil prossegue com as investigações.

Imagem: Divulgação/Polícia Civil