Mudança em linhas de ônibus são motivo de críticas de população no RS

Usuários das linhas de ônibus transversais privados de Porto Alegre da Carris relataram não ter conhecimento sobre as alterações que começaram hoje e devem durar cerca de 120 dias, segundo a Superintendência Municipal de Transportes (SMMU). 

Na estação Antônio de Carvalho, localizada no bairro Agronomia e um dos terminais mais importantes da zona sul da capital, a aposentada Marne Machado, residente no Jardim Itu, estava aguardando o ônibus T10 – Triângulo/Antônio de Carvalho, uma das linhas afetadas pela mudança. O problema é que ela estava acostumada com o ônibus amarelo típico da estatal, mas com a transferência para o Consórcio Mais, o veículo que faz o trajeto durante a semana dos terminais do Triângulo à UFRGS Câmpus do Vale ficará verde. Ao ser informada da mudança, a aposentada agradeceu pelo aviso e comentou:

 “Não pego muito este ônibus, mas ele precisa de outras melhorias também. Por exemplo, às vezes fico uma hora aqui aguardando”.

De acordo com o proprietário da SMMU, Adão de Castro Júnior, o objetivo da mudança temporária nas linhas de ônibus é “melhorar a qualidade do serviço oferecido aos cerca de 25 mil usuários que utilizam essas linhas”. Ele afirmou que a secretaria identificou “problemas pontuais na correspondência de algumas linhas”.

 No entanto, para Sandro Abbá, presidente do Sindicato dos Transportadores de Porto Alegre (Stetpoa), as empresas privadas “devem” à Carris, pois a estatal, que está em processo de privatização, retirou algumas linhas das empresas privadas durante a pandemia.

“Falta à Carris dar mais preparo aos trabalhadores. A empresa está sofrendo duros golpes, tanto da gestão anterior quanto com o prefeito Melo, além do sucateamento dos ônibus. Aumentou o número de carros na oficina e com o Programa de Desligamento Voluntário (PDV), saíram muitos mecânicos experientes”, critica ele. 

SMMU nega relação entre mudança temporária e privatizações em andamento

O proprietário da SMMU, Adão de Castro Júnior, afirmou que o objetivo da mudança temporária nas linhas de ônibus é “qualificar o serviço oferecido aos cerca de 25 mil usuários que utilizam essas linhas”, e que a secretaria encontrou “problemas pontuais na correspondência de algumas mesas”.

 No entanto, o SMMU nega ter relação com as privatizações em andamento que devem ocorrer este ano, como mencionado pelo prefeito Sebastião Melo no evento Tá na Mesa da Federasul em março.

De acordo com a secretaria, as informações sobre as mudanças também foram divulgadas nos ônibus, redes sociais da prefeitura e na Empresa de Transportes Públicos e Circulação (EPTC). No entanto, esta manhã não havia nenhuma referência às mudanças no terminal Antônio de Carvalho. Além do coletivo T10, que faz 74 viagens por dia, outras linhas como T11 – 3º Perímetro, T13 – Triângulo/PUC e T5 também foram afetadas pela mudança temporária.

Imagem: Reprodução / Guilherme Almeida