Nova ameaça está fazendo diversas vítimas no RS

Ao serem vítimas de furtos e roubos de aparelhos celulares no Rio Grande do Sul, os cidadãos estão tendo desvios de dinheiro via aplicativo de bancos em seus dispositivos.

A recorrência desse tipo de crime é maior no estado de São Paulo mas, recentemente, a prática tem se alastrado em alguns estados. No RS, foram identificadas ações do tipo no norte do Estado e na região metropolitana da capital Porto Alegre.

Um comerciante de Estância Velha comentou à reportagem da RBS TV que: “Quando retornei, questão de 10 minutos depois, para buscar o celular, deparei com o vidro do carro quebrado. Achei que tinha deixado o carro aberto, mas vi que o vidro estava no chão. Procurei celular e carteira, mas não estavam mais lá”.

Segundo a vítima, o reconhecimento facial e a senha de seis dígitos estavam ativados. Ele ainda acionou a operadora para realizar o bloqueio do número, o que impediria o acesso ao telefone. Seu telefone conseguiu ser acessado pelos criminosos no dia seguinte, quando R$ 50 mil foram retirados.

O banco foi contatado imediatamente mas não pode efetuar o bloqueio dos valores.

Burla da segurança

A Delegacia de Crimes Informáticos de Porto ainda não consegue precisar a fórmula utilizada pelos criminosos para acesso aos aplicativos bancários, uma vez que os dispositivos possuem proteção contra roubo.

“Pode ser que estejam se valendo de alguns instrumentos que tenham capacidade de fazer o desbloqueio. E também contaria com alguma falha na segurança, proporcionada involuntariamente pelo próprio usuário”, supõs o delegado Tiago Albeche.

Outras hipóteses

Especialistas ouvidos pelo Tilt UOL sugerem que os criminosos estão se aproveitando de descuidos de algumas vítimas, e não utilizando ferramentas avançadas de burla aos sistemas de segurança.

A ferramenta “rootkit” utilizada por investigadores para o desbloqueio de aparelhos celulares pode ser utilizada pelos fraudadores, mas é mais cara, leva tempo e funciona de maneira complexa.

Criminosos preferem efetuar o roubo de aparelhos que já estejam desbloqueados.

Facilidades para os bandidos

  • Usar data de aniversário como senha é um prato cheio para ladrões acessem facilmente aplicativos financeiros.
  • Combinações fáceis de descobrir, de acordo com a empresa de segurança Nordpass, são mais fáceis de vazar. A senha mais comum usada no mundo em 2020 foi a sequência “123456”.
  • Repetição de senhas em dispositivos e serviços diversos reduzem a complexidade do trabalho e do tempo que os ladrões terão para invadir os dados.
  • Deixar a senha anotada em algum outro aplicativo do aparelho também oferece praticidade ao criminoso.
  • Não atualizar todos os aplicativos e o sistema operacional (Android ou iOS) para suas últimas versões impede que as novas tecnologias de segurança estejam disponíveis no celular do indivíduo.

Dicas de segurança

  • Configurar o app do banco para pedir número de conta e agência no acesso.
  • Não guarda foto de documentos pessoais, exames médicos e cartões na galeria ou bloco de notas
  • Esconder o conteúdo das notificações que aparecem na tela