Número de novos casos de dengue choca moradores de cidade gaúcha

Em 2021, Novo Hamburgo registrou 29 casos suspeitos de dengue, sendo apenas três confirmados. Entretanto, no ano anterior, a doença alcançou níveis recordes e a expectativa é que o número de casos continue elevado em 2023, tendência que se repete em todo o Rio Grande do Sul. 

A situação é alarmante devido ao grande número de mosquitos presentes na cidade, o que indica que o número de casos de dengue pode aumentar significativamente neste ano.

“Já temos o vírus circulando e há nove casos confirmados, com outros 80 estão sob investigação”, informa Tiago Filipe Steffen, coordenador do projeto de Prevenção e Combate à Dengue da Universidade Feevale, realizado em parceria com a Prefeitura.

De acordo com Tiago, os meses de março e abril representam os períodos de maior preocupação para a propagação do mosquito Aedes aegypti, transmissor de diversas doenças, incluindo dengue, chikungunya, zika e febre amarela urbana.

Durante o outono, o aumento da chuva e do calor pode favorecer a reprodução do mosquito transmissor de doenças como dengue, chikungunya e zika. Porém, essa proliferação pode ser evitada se não houver água parada, que é onde as larvas se desenvolvem. Por isso, é fundamental eliminar regularmente recipientes que acumulem água parada, como baldes, potes, ralos domésticos e bromélias, como medida de prevenção contra o mosquito.

Os números de 2022

No município, foram notificados 8.162 casos suspeitos de dengue, com 7.155 confirmações e óbitos, o que representa o maior número no estado. Em todo o Rio Grande do Sul, de acordo com o painel de casos de dengue do Ministério da Saúde, foram notificados 99.211 casos suspeitos em 2022, com 66.836 confirmações e 66 óbitos.

Sobre o mosquito e a dengue

Existem quatro tipos de vírus da dengue: DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4. No ano passado, em Novo Hamburgo, foram encontrados os sorotipos 1 e 2, enquanto neste ano apenas o sorotipo 1 foi detectado em exames. No entanto, o sorotipo 2 está circulando em Porto Alegre. 

Segundo Steffen, quem teve dengue no ano passado pode contrair novamente neste ano, pois a imunidade adquirida é apenas para o sorotipo específico que a pessoa contraiu. A imunidade cruzada para outros sorotipos é parcial e temporária, permitindo que uma pessoa possa contrair dengue até quatro vezes em sua vida.

O Aedes aegypti é um mosquito que se destaca por ter listras brancas no tronco, cabeça e pernas, e é comumente encontrado em áreas urbanas. Ele tem hábitos diurnos e prefere se alimentar de sangue humano, especialmente no início da manhã e no final da tarde, mas também pode picar à noite.