Ônibus e Lotações de Porto Alegre reclamam sobre aumento do diesel e baixa rentabilidade

Empresas de transporte coletivo em Porto Alegre estão vendendo patrimônio para poder sobreviver. O constante aumento no preço dos combustíveis é a principal causa que está impactando nos custos de operação dos ônibus e lotações na capital gaúcha.

Além dos preços dos combustíveis, o setor de transporte coletivo ainda tem impostos municipais que também estão prejudicando as empresas a manterem os serviços operando. Segundo o presidente da Associação dos Transportadores de Passageiros por Lotação de Porto Alegre (ATL), Magnus Isse, em entrevista ao Correio do Povo, “O sistema lotação está na UTI, precisando urgentemente de oxigênio, mas ele não chegou ainda”.

Segundo Isse, algumas empresas estão se desfazendo de patrimônio para continuarem ativas “A carga de óleo diesel, que pagávamos em torno de R $15 mil em novembro e dezembro de 2021, hoje custa R $35 mil. Algumas peças e acessórios triplicaram de preço. Tudo o que é importante neste país, alimentos, transporte, tudo é movido a óleo diesel, e hoje ele está mais caro do que a gasolina. Não sei como será o futuro”, salienta.

Serviços de lotações são prejudicados pelo pagamento do ISSQN

O problema das lotações está ligado ao pagamento do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN no valor de 2,5%. A isenção foi aprovada em 2013 para tarifa de ônibus, mas não incluiu o serviço de lotações “Estamos há oito anos pagando o ISSQN sem ser necessário. Como somos atrelados ao sistema ônibus, teoricamente deveríamos ser isentos também”, argumenta Isse.

Em relação à isenção do ISSQN para lotações, um projeto de lei tramita no governo para inserir um “gatilho” que incluirá a tarifa de lotações conforme as de ônibus. O projeto já foi aprovado na Câmara na semana passada e a prefeitura aguarda a tramitação no legislativo. Além disso, há uma discussão no governo para o repasse de verbas para o setor.