Pacientes que enfrentam o câncer de mama se juntam no tradicional Desfile das Poderosas

O tradicional Desfile das Poderosas retorna após dois anos de atividades interrompidas por conta da pandemia da covid-19. O evento que homenageia mulheres que lutam contra o câncer de mama voltou a ser realizado no Centro Histórico-Cultural da Santa Casa de Porto Alegre nesta terça-feira (25).

Na ocasião, nove mulheres desfilaram com roupas escolhidas por elas mesmas em uma parceria com as Lojas Pompéia. O tema deste ano da campanha foi “”Rosa combina com vida. Vista-se de prevenção”.

Autoexame e consultas de rotina são fundamentais para a prevenção do câncer

Segundo Antônio Nocchi Kalil, médico oncologista e diretor do Hospital Santa Rita, a prevenção do câncer de mama através do autoexame e consultas de rotina é fundamental para as mulheres. “Durante a pandemia, tivemos uma diminuição enorme da procura por exames como a mamografia. Somente no Santa Rita, a redução foi de 30% naquele período. Agora, com a volta de eventos como esse, temos que valorizar a importância da prevenção e do diagnóstico precoce. Prevenindo, temos uma descoberta mais cedo da doença, e assim um tratamento mais simples”, reforçou em entrevista à GZH. 

Mulheres como a jornalista Neiva Angelita Borges Alves, de 62 anos, e a professora Ana Paula dos Santos, de 36 anos, descobriram nódulos em seus seios durante exames de rotina. “Depois da confirmação da doença, eu coloquei na minha cabeça que o bicho não era tão feio assim e “vamos lá”. Quando se é mãe, na hora do parto, sentimos uma dor imensa. Então, quem consegue dar a vida, por que não conseguirá combater essa doença? Tem que ter resiliência e convicção que é possível vencer”, comenta Neiva. 

Já Ana Paula está em tratamento desde agosto, quando recebeu o diagnóstico. “Eu digo que passo por duas gestações: a do bebê e da quimioterapia. Esse tratamento é uma escolha que eu fiz e não tenho medo da quimioterapia, agradeço por ela existir e poder combater essa doença. Esse é um momento em que é preciso escutar muito o corpo, acredito que nunca escutei tanto meu corpo como agora”, diz.