Pais e filhos da Nova Palestina caminham 10 Km e bloqueiam Marginal
São 6h da manhã desta sexta-feira, 10, quando a reportagem do Infodiretas sai da redação em São Paulo, na Zona Sul, em direção à ocupação Nova Palestina, na Estrada do M’Boi Mirim, altura do número 7.000, no Jardim Ângela, no extremo Sul. Com os equipamentos checados, a equipe embarca no ônibus linha 707-A (Metrô Praça da Árvore – Jardim Ângela).
No mesmo instante, os acampados do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST), se dirigem da ocupação até a Ponte do Socorro, e conseguem bloquear todas as faixas sentido Centro da Marginal Pinheiros. A intenção da manifestação é chamar a atenção do prefeito Fernando Haddad (PT), para que ele possa oferecer algum auxílio às famílias que ali ocupam.
Após atravessarmos o corredor que compreende a Avenida Ibirapuera, Vereador Jose Diniz, Adolfo Pinheiro, uma parte da Avenida Santo Amaro, e o Largo Treze de Maio, chegamos à Ponte do Socorro. Com o trânsito parado, é fácil encontrar quem estamos procurando. Com camisas e bandeiras vermelhas trêmulas no ar, eles pedem carona no ônibus que estamos. Rapidamente as portas traseiras se abrem e uma grande quantidade de pessoas sobem naquele ônibus articulado, cerca de 50, entre homens, mulheres e crianças, que além de cantarem, contam com orgulho sua saga.
Segundo a dona de casa Leide Lino, que estava com sua filha Yasmin, de 10 anos, e sua “companheira de luta” Lúcia Ferreira, junto à filha Nicolly, de 6, todas acordaram por volta das 3h. “Acordamos todos cedo. Às 3h30 nos concentramos e às 4h saímos”. Todos pareciam bem cansados, mas não à toa, em uma medição aproximada, foram cerca de 10 quilômetros percorridos em dura caminhada, regada a suco e água. 
Na volta até à ocupação Nova Palestina, um refresco, naquele sol forte das 9h30, desembarcamos no ponto final, no centrinho do Jardim Ângela, na altura do número 3.00o. De lá, pegamos outro ônibus, desta vez, um aperto numa lotação em direção ao Jardim Menininha. Até o acampamento tem ao menos mais 3,5 quilômetros, onde uns percorrem a pé, sol um sol de 34°C e outros enchem mais três ônibus.
No próximo texto, Dez Reais, o nosso guia numa cidade de 8 mil famílias
